sexta-feira, 27 de maio de 2011

Economia mineira está ruim e precisa mudar, diz FIEMG

Presidente da FIEMG critica política industrial de Aécio

Empresário afirma: economia mineira vai mal e precisa de "choque de realidade"


O Senador Aécio Neves (PSDB) vem denunciando a desindustrialização do Brasil. O tema da desindustrialização é sério e perpassou vários discursos, dos vários partidos e candidatos nas eleições de 2010, pelo Brasil afora. Menos o de Aécio, quando candidato ao senado. Tivesse ele a ousadia de mencionar o tema naquela época, talvez o balanço, não só da desindustrialização, mas de sua consequência imediata, a reprimarização da economia mineira, expusesse a “ilha da fantasia” que se forjou nas Alterosas, por obra de uma inigualável máquina de propaganda.


Com a palavra, Olavo Machado Júnior, o Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG.
O industrial, comparecendo a evento promovido pela Assembleia Legislativa, foi enfático: suas palavras iriam provocar um “choque de realidade” sobre a economia do estado.
Criticando “os discursos grandiosos” sobre a indústria regional, o insuspeito presidente da FIEMG traça um quadro dramático de Minas.


Em termos bem sintéticos e esquemáticos, eis o diagnóstico que ele faz do estado governado por sete anos e três meses, pelo tucano Aécio Neves:


* Nos próximos 20 anos, o Mundo e o Brasil crescem, e Minas não está preparada para disputar mercados. Falta investimento em inovação, infraestrutura, logística, em capacitação e formação profissional, ausência de política estadual de crédito etc, que geram perda de competitividade e consolidam nossa dependência da exportação de commodities (minério e produtos agrícolas).


* Das 120 mil empresas industriais do estado, 62 mil “não geram emprego algum na indústria”; 30 mil possuem “de 1 a 4 empregos”; 22 mil tem até 29 empregos formais; em suas palavras “mais de 90% desse universo imenso de empresas não apresentam produtividade, escala e inovação em processos e produtos para operar e concorrer globalmente”. E ressalta que os indicadores da economia brasileira demonstram a ampliação exponencial do consumo de massa, o que exigiria “um efetivo e consistente processo de desenvolvimento econômico e social”, para que Minas disputasse parcela desse mercado emergente.


* A produtividade da “nossa indústria” está 5% abaixo da média brasileira e 20% da paulista; e é inferior à média nacional em 69 setores, sendo que em 25 destes, essa menor produtividade ainda manifesta “comportamento de queda” nos últimos 10 anos. O Valor da Transformação Industrial – VTI – mineiro é 20% inferior à média nacional e 40% menor na relação com São Paulo.


*As gigantes estatais mineiras (CEMIG, COPASA, CODEMIG) fizeram compras “mínimas ou insignificantes” de fornecedores mineiros. A carga tributária estadual é “excessiva e concentrada”.


Enfim, as propostas da FIEMG para a superação desse quadro poderiam ter sido adotadas há oito anos, impactando a condição atual da competitividade da economia regional: readequação tributária, formação e capacitação profissional, política creditícia, incentivos estaduais e municipais diversos etc.


Sua excelência, o senador Aécio Neves, ainda que não seja, de fato, um economista (na verdade é apenas bacharel) tinha e tem conhecimento desses números.
Sabe ele muito bem, portanto, o que significa desindustrialização. Ao falar desse fenômeno brasileiro, que é ameaça real, deveria mencionar a condição de “vanguarda” do estado por ele governado, no citado processo.


“Macaco senta no próprio rabo, para falar do rabo dos outros.” Ditado popular



Com informações do "Bloco Minas Sem Censura".

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