247 – A ocultação do nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) das manchetes dos principais veículos da imprensa tradicional no País é o debate principal nas redes sociais desde que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
reafirmaram, nesta terça-feira 25, durante sessão da CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados, que o tucano recebeu propina de Furnas.
O portal UOL ganhou destaque nas críticas, por ter alterado sua manchete principal sobre o tema, ocultando os nomes de Aécio e do ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, já morto. De "Youssef e Costa confirmam repasse de propinas a Aécio Neves e Sérgio Guerra", o título foi modificado para "Em CPI, Youssef e Costa citam repasse de propinas de estatais a tucanos". A
foto dos dois títulos circula nas redes.
No
Twitter, a hashtag #PodemosTirarSeAcharMelhor está em primeiro lugar entre os temas discutidos nesta quarta-feira 26. O termo teve origem em março, quando a agência Reuters
deixou vazar uma reportagem com as sugestões de edição do repórter para o editor. Em um trecho do texto negativo para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o jornalista propôs: "podemos tirar, se achar melhor".
No
blog Tijolaço, o jornalista Fernando Brito destacou ontem o "silêncio sepulcral" da mídia sobre o tema:
Youssef repete CPI que houve propina a Aécio mas jornais acham que "não vem ao caso"
Fiquei procurando, em vão, menção no noticiário ao que disse Alberto Youssef sobre as propinas que pagou, segundo ele, a uma diretoria de Furnas que seria "dividida" entre José Janene, do PP, e Aécio Neves, cujo pai, Aécio Ferreira da Cunha, foi membro do Conselho de Administração da Empresa.
Nada.
Silêncio sepulcral, apesar de Youssef ter falado nisso suas vezes, segundo a "narração" do seu depoimento, feita em tempo real pelo Estadão:
16h02: Youssef volta a confirmar o esquema de repasses na diretoria da estatal energética Furnas, que segundo ele possuía uma diretoria dividida entre Aécio Neves e José Janene;
18h12 :Deputado Jorge Solla (PT-BA) volta a questionar sobre episódio envolvendo a propina em uma diretoria de Furnas, dividida entre PP e PSDB, e também o repasse de recurso para a campanha do senador Antonio Anastasia ao governo de Minas Gerais em 2010;
18h14: Youssef confirma que mandou dinheiro para Belo Horizonte, mas diz que não sabia que era para Anastasia. O doleiro afirmou ainda que só o Jayme Careca, que entregava dinheiro para ele, saberá falar quem entregou o dinheiro;
18h15: Doleiro também confirma sua versão sobre propina em Furnas e diz que Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu propina na estatal de energia pelo que ele ouviu na época;
19h06: "Não podemos dizer que alguém que foi aqui denunciado por Youssef, como Aécio em um esquema nebuloso de Furnas, possa sem ser investigado ser declarado inocente", conclui o deputado Paulo Pimenta.
Não vou nem falar sobre a confirmação dos R$ 10 milhões para Sérgio Guerra e dos R$ 20 milhões para Eduardo Campos, que estão mortos e não são, por isso, mais "notícia", embora meu parco entendimento diga que, sendo dinheiro público o que se usou nestes pagamentos, é dever da Justiça procurá-lo e reavê-lo.
Mas a reiterada acusação a um senador da República, candidato a presidente e – segundo seus próprios delírios – "presidente moral do Brasil" vai continuar sendo ignorada?
O ministro Gilmar não vai pedir investigações?
Os jornais não vão buscar mais detalhes: quem pagava, como pagava, quem levava, quem recebia – a bufunfa?
Vamos ficar no "não vem ao caso"?
Ninguém quer tomar a palavra de um bandido da cepa de Youssef como verdade, mas – ao contrário de tudo o mais que ele falou – não se vai investigar?
E a acusação a Pallocci, sobre a qual Youssef diz que "tem um outro réu colaborador que está falando. Eu não fiz esse repasse e assim que essa colaboração for noticiada, vocês vão saber realmente quem foi que pediu o recurso e quem repassou o recurso".
Como assim? Youssef participa das negociações de outros delatores? É combinado? Uma delação que, até ser homologada, deveria correr em absoluto sigilo, é do conhecimento do doleiro?
Será possível que o Judiciário brasileiro aceite – perdão pela palavra – esta "esculhambação"?
Houvesse um pouco de brio e Youssef estaria agora sendo interrogado sobre como obteve informações sobre delações em negociação com o Ministério Público.
Mas não há.
Fonte: Brasil 247
Um comentário:
Esse bonequinho de praia teria aumenos de ter dignidade antes de acusar alguem, porque ele não passa de um enganador que não serve se quer para defender MG com projetos de desenvolvimento para o estado. votaram nele o que temos de projetos para o estado MINAS GERAIS que ele apresentou? onde esta?
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