Vereadores de BH desistem de se dar 61% de aumento após protestos nas redes sociais
Em pleno ano eleitoral, os vereadores de Belo Horizonte cederam à
pressão popular e, apesar de discursos contrários, mantiveram o veto do
Executivo municipal ao projeto que aumentava em 61,8% os salários dos
parlamentares. Mesmo com voto secreto, 21 vereadores foram favoráveis à posição
do Executivo, que alegou inconstitucionalidade do projeto. Dez parlamentares
votaram pela derrubada do veto.
Bastante
tumultuada, a sessão teve que ser suspensa em alguns momentos por causa de
protestos dos manifestantes que lotaram as galerias e entoavam a marchinha
vencedora de concurso carnavalesco na capital, "Na Coxinha da Madrasta". A
música faz referência aos gastos de R$ 62 mil da verba indenizatória por parte
do presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), com lanches no
estabelecimento de sua madrasta.
Durante
a sessão, o vereador Leonardo Mattos (PV) fez a mais ferrenha defesa da
derrubada do veto e acusou o prefeito de "desrespeitar" a "soberania" da Câmara.
"O prefeito veta tudo. Não tem a menor consideração com o poder Legislativo",
disse. E afirmou que Lacerda foi "oportunista" ao vetar o projeto, após diversos
protestos nas ruas da capital e nas redes sociais na internet.
Mattos
disparou também contra os colegas ao lembrar que a maioria da Casa foi favorável
ao reajuste. "Todos os vereadores assinaram o documento em que se comprometiam
com o projeto", declarou. O aumento foi aprovado na última sessão ordinária de
2011 e faria os salários saltarem de R$ 9 mil para mais de R$ 15 mil. Na
ocasião, o texto foi aprovado com 22 votos favoráveis e apenas três
contrários.
Fonte:
Estadão
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