quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Foliões se despedem de Diamantina


Foliões se despedem de Diamantina

Vinte e cinco mil turistas deixam a cidade após quatro dias de farra, deixando lixo e saudades para trás

FLÁVIO TAVARES
diamantina
Ônibus fretados ocuparam o acesso à cidade histórica para levar turistas de volta para casa


DIAMANTINA – A quarta-feira (22) começou com ruas vazias, mas com rodoviária e estrada cheias na volta do feriado. A estimativa da prefeitura é a de que a grande maioria dos 25 mil foliões que curtiram o Carnaval em Diamantina deixassem a cidade até nesta quinta-feira (23). No entorno do terminal de ônibus, os copos de bebida e os canecos de plástico pendurados ao pescoço deram lugar às garrafinhas de água; a paquera, ao desânimo; e os adereços criativos, às malas abarrotadas. Na saída da cidade, o trânsito ficou lento desde as 9 horas.
 
Segundo informações da rodoviária, somente na terça e quarta-feira as empresas colocaram à disposição 40 ônibus extras, além das 30 partidas regulares. Na saída da cidade, o movimento dos ônibus também foi grande –especialmente o dos fretados, que durante o feriado ficaram parados em estacionamentos próximos ao acesso ao município.

Em meio aos ônibus e carros de passeio, os amigos Lucas Martins, de 19 anos, e Matheus Araújo, de 20, aguardavam na beira da estrada por alguém que aceitasse levá-los de volta a Belo Horizonte, onde moram, de carona. O dinheiro que seria para a passagem, contou Lucas, virou bebida durante a festa.
 
“Viemos de carona e esperamos menos de dez minutos entre uma e outra. Primeiro fomos até Curvelo (região Central), e de lá chegamos aqui”, disse Matheus, que recorreu ao “artifício” para chegar até a cidade histórica pela segunda vez. “Agora está demorando um pouco, mas vai dar certo”, afirmou o jovem, que por volta das 13 horas já estava de “dedão levantado” há quase 50 minutos.
 
Para a estudante carioca Bárbara Fernandes Diniz, moradora de Niterói (RJ), a viagem de volta é cansativa, mas os dias de folia compensam o percurso. A jovem passou a festa em Diamantina pela primeira vez neste ano, e já planeja voltar em 2013. “Olha que já vi muito Carnaval bom no Rio de Janeiro, mas aqui tem um astral especial”.
 
Foi exatamente o clima de festa que fez com que as primas Carine Pinheiro, moradora de Ipatinga, no Vale do Aço, e Gizélia Cecília Pinheiro, de Raul Soares, na Zona da Mata, passassem o décimo Carnaval em Diamantina.
 
“Todos os anos, a gente fala que no seguinte vamos para um lugar diferente. Mas, aí, perto da hora de reservar a casa e comprar as passagens, a gente não resiste e volta”, conta a psicóloga Carine. Questionada sobre qual folia foi a melhor, a prima Gizélia não titubeou. “Essa. É por isso que a gente sempre volta”.
 
De acordo com informações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros,  os efetivos destacados para o policiamento das estradas foram reforçados desde a noite de terça-feira. Durante os quatro dias de Carnaval, o número de documentos e chaves entregues à PM ultrapassou mil.
 
A ocorrência mais grave registrada na cidade foi a morte do estudante Hugo Reis Lamounier, de Belo Horizonte. Ele morreu depois de passar mal enquanto andava pelas ruas do centro histórico, na madrugada de domingo. A polícia ainda aguarda o resultado da perícia para saber quais as causas da morte, mas, em princípio, o jovem teria tido uma convulsão após comer, morrendo asfixiado. O envolvimento de drogas no episódio não foi descartado.

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