A melancolia mineira
Continuo meus estudos sobre a especificidade social e cultura mineira. Estou me debruçando sobre a influência lusitana e certo conflito entre ordem e luta pela autonomia que marca esta porção brasileira. Intercalo com outros textos, mas meu eixo continua o mesmo. Estou acabando de ler "Confissões de Minas", do Drummond, e em determinado momento leio uma passagem que revela este sentimento melancólico do mineiro que tanto me chama a atenção desde que cheguei aqui.
Página 121, das Confissões (título de agostiniano, não?):
Página 121, das Confissões (título de agostiniano, não?):
Hoje, amanhã, daqui a cem anos, como há cem anos atrás, uma realidade física, uma realidade moral se cristalizam em Itabira. A cidade não avança nem recua. A cidade é paralítica. Mas, de sua paralisia provêm a sua força e a sua permanência. Os membros de ferro resistem à decomposição. Parece que um poder superior tocou esses membros, encantando-os. Tudo aqui é inerte, indestrutível e silencioso. A cidade parece encantada.
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