terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CARNAVAL Universitário morre em praça durante festa em Diamantina

CARNAVAL
Universitário morre em praça durante festa em Diamantina
Pais de jovem relatam histórico de doença cardíaca na família; enterro foi em BH
Publicado no Jornal OTEMPO em 21/02/2012 - JONNY CAZZETTA


Diamantina. Um jovem universitário de 20 anos morreu no início da madrugada do último domingo em uma praça de Diamantina, no Alto Jequitinhonha, onde passava o Carnaval acompanhado de outros 22 amigos. Embora a Polícia Civil não tenha confirmado a causa da morte, a reportagem de O TEMPO teve acesso a parte do inquérito que registrava "consumo excessivo de drogas" no histórico da vítima.
Hugo Reis Lamounier, 20, teve uma parada cardiorrespiratória por volta das 0h50 de domingo na praça Correa Rabelo, no centro histórico do município. O jovem foi encontrado por funcionários da Secretaria Municipal de Saúde e por homens do Corpo de Bombeiros. Os militares começaram os primeiros-socorros dentro do carro de resgate.
Lamounier foi encaminhado para o Pronto-Atendimento Santa Izabel e foi recebido por uma equipe médica que tentou reanimá-lo por cerca de 40 minutos, sem sucesso. De acordo com o diretor da unidade de saúde, o médico Felipe Rocha, exames preliminares feitos no jovem indicaram presença de droga sintética. "Foi apontada a presença de GBH, derivada do ecstasy", afirmou Rocha.
Em coletiva realizada ontem, o delegado regional da Polícia Civil em Diamantina, Carlos Capistrano, afirmou que somente será possível saber a causa da morte do estudante quando o exame toxicológico feito pelo Instituto Médico Legal (IML) ficar pronto. "Temos que esperar o resultado dos exames toxicológicos para saber a causa da morte. Não podemos viver no achismo. Existe uma família respeitada por trás, não podemos falar nada sem provas", declarou Capistrano. O resultado do exame só deverá ser liberado nas próximas semanas.
Sobre as informações no inquérito que confirmavam o excesso de consumo, o delegado, no entanto, afirmou que a informação não é oficial. No laudo preliminar havia ainda a informação de que foram colhidas amostras do sangue, dos rins e do estômago de Lamounier. Todo o material foi enviado para o IML de Belo Horizonte.
Ainda segundo o Capistrano, os pais do jovem, José Miguel Reis Lamounier e Luciana Reis Lamounier, foram ouvidos pela polícia no domingo junto com outros dois amigos do jovem que estavam em Diamantina. Os pais do rapaz afirmaram que a família tem histórico de cardiopatia, o que pode ter causado a morte súbita do filho.
O corpo do rapaz foi levado no mesmo dia para Belo Horizonte e enterrado no final da tarde de domingo no cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, na região Oeste.
A casa que Lamounier alugou estava vazia ontem, pois os amigos seguiram para o velório. De acordo com uma vizinha da casa alugada pelo estudante, que não quis se identificar, esta era a primeira vez que o jovem visitava a cidade.
Atendimentos
Hospitais. Em quatro dias de folia a Santa Casa de Diamantina registrou 837 atendimentos. Entre as queixas estavam o excesso de bebida alcoólica, intoxicação alimentar e fraturas diversas. Nos postos de saúde, no mesmo período, foram realizados 323 atendimentos.
OVERDOSE
Cocaína teria matado outro jovem em 2011
Caso o resultado do laudo de necropsia da Polícia Civil confirme a causa da morte de Hugo Reis Lamounier como sendo por overdose de drogas, esse será o segundo caso fatal envolvendo jovens foliões e entorpecentes durante o Carnaval em Diamantina no período de um ano. No feriado de 2011, outro universitário de 23 anos morreu após usar cocaína durante a festa na cidade. Na época, amigos que estavam com ele tentaram socorrê-lo, mas o estudante morreu a caminho do hospital.
Enquanto o laudo da necropsia feita no corpo de Lamounier não fica pronto, parentes e amigos da vítima, não falam sobre o assunto. Até ontem, dos 890 amigos da rede social nenhum falava sobre o caso. A família do estudante não foi encontrada pela reportagem para falar sobre as circunstâncias da morte. (Gabriela Sales)
MINIENTREVISTA
"Foi apontada a presença de uma droga sintética"
Felipe Rocha Diretor da Santa Casa de Diamantina
Qual era o estado de saúde do jovem quando ele deu entrada no hospital? O rapaz quando chegou já estava sem os sinais vitais aparentes. As indicações eram de uma parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-lo, mas não teve sucesso. As tentativas ocorreram por mais de 40 minutos.
Qual é a hipótese mais provável da causa da morte? Há a possibilidade de o jovem ter entrado em óbito pelo consumo de álcool misturado com drogas. No exame preliminar foi apontada a presença de uma droga sintética derivada do ecstasy, chamada de GHB, mas não possuo maiores informações. Acredito que o exame feito pelo IML irá apontar mais claramente qual a substância exata.
O que foi feito pelo hospital depois de constatada a morte do rapaz? O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Diamantina, onde a Polícia Civil da cidade assumiu o caso. O hospital somente prestou o atendimento ao rapaz.
O hospital teve algum contato com a família e amigos de Hugo? Não, não possuo informações sobre a vinda deles aqui no hospital. Ele estava sem identificação e esse trabalho foi feito pela Polícia Civil. Não tivemos nenhum contato. (JC

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