Porque não estamos sós
Estou cada dia mais convencido de que um futuro razoável para a humanidade passa pela superação do individualismo. Não se trata de negar a dignidade e o mistério de cada ser humano, a importância civilizatória dos direitos individuais, os espaços possibilitadores da liberdade. Trata-se da “descoberta do outro”, dos outros, de articular os interesses individuais e familiares com as exigências do bem comum e do interesse público.
Há um fato histórico relevante: o ser humano sempre viveu em sociedade. Sozinho ninguém sobrevive.
Aristóteles, o notável filósofo da antiguidade grega, dizia que “o homem é por natureza um animal social (...) e um homem incapaz de integrar-se numa comunidade, ou que seja auto-suficiente a ponto de não ter necessidade de fazê-lo, não é parte da cidade, por ser um monstro ou um deus. Existe naturalmente o impulso para participar de tal comunidade”.
A nossa dependência em relação aos outros e à sociedade manifesta-se a cada momento de nossas vidas. Já nos primeiros minutos do nosso dia ficam patentes os vínculos que nos unem a dezenas, centenas, milhares de outras pessoas. Saímos de uma cama com seu colchão acolhedor, lençóis, cobertores, travesseiros. Quantos trabalhadores e empresários foram mobilizados? Logo abrimos as torneiras da pia e do chuveiro e a água está ali pronta, à nossa disposição. Ela não nos chegou por encanto. Muita gente foi e está envolvida nesse trabalho. E a energia elétrica que torna a água mais ou menos aquecida, passível de ser adaptada aos diferentes climas e temperaturas? Assim como a água, ela não chega às nossas residências por um passe de mágica.
E por aí vai. Estamos sempre dependendo do trabalho de outros e a maioria, não conhecemos. Acresce à dependência material, a necessidade que temos do olhar, da escuta, da amizade de nossos semelhantes.
A estupidez do trânsito, de repente, torna-se bondade e ternura quando alguém encosta seu veículo para facilitar a passagem do outro ou, atento, reconhece a gentileza alheia e agradece. Por um momento encontram-se gestos e olhares entre pessoas estranhas e elas se sabem participantes da mesma aventura humana.
Não estamos condenados a sermos sempre o lobo do nosso semelhante, não é um destino dado que a violência prevaleça sempre.
Podemos educar nossas crianças e jovens na perspectiva da responsabilidade social e política; construirmos juntos um ordenamento jurídico em que os direitos da pessoa humana e os direitos da comunidade se articulem de forma mais racional, justa e amorosa.
O exercício, assegurado a todos, dos direitos e deveres da cidadania é o território que possibilita esse encontro e abre novos horizontes ao desejo humano de uma vida mais sensata e harmônica, vida compartilhada.
Há um fato histórico relevante: o ser humano sempre viveu em sociedade. Sozinho ninguém sobrevive.
Aristóteles, o notável filósofo da antiguidade grega, dizia que “o homem é por natureza um animal social (...) e um homem incapaz de integrar-se numa comunidade, ou que seja auto-suficiente a ponto de não ter necessidade de fazê-lo, não é parte da cidade, por ser um monstro ou um deus. Existe naturalmente o impulso para participar de tal comunidade”.
A nossa dependência em relação aos outros e à sociedade manifesta-se a cada momento de nossas vidas. Já nos primeiros minutos do nosso dia ficam patentes os vínculos que nos unem a dezenas, centenas, milhares de outras pessoas. Saímos de uma cama com seu colchão acolhedor, lençóis, cobertores, travesseiros. Quantos trabalhadores e empresários foram mobilizados? Logo abrimos as torneiras da pia e do chuveiro e a água está ali pronta, à nossa disposição. Ela não nos chegou por encanto. Muita gente foi e está envolvida nesse trabalho. E a energia elétrica que torna a água mais ou menos aquecida, passível de ser adaptada aos diferentes climas e temperaturas? Assim como a água, ela não chega às nossas residências por um passe de mágica.
E por aí vai. Estamos sempre dependendo do trabalho de outros e a maioria, não conhecemos. Acresce à dependência material, a necessidade que temos do olhar, da escuta, da amizade de nossos semelhantes.
A estupidez do trânsito, de repente, torna-se bondade e ternura quando alguém encosta seu veículo para facilitar a passagem do outro ou, atento, reconhece a gentileza alheia e agradece. Por um momento encontram-se gestos e olhares entre pessoas estranhas e elas se sabem participantes da mesma aventura humana.
Não estamos condenados a sermos sempre o lobo do nosso semelhante, não é um destino dado que a violência prevaleça sempre.
Podemos educar nossas crianças e jovens na perspectiva da responsabilidade social e política; construirmos juntos um ordenamento jurídico em que os direitos da pessoa humana e os direitos da comunidade se articulem de forma mais racional, justa e amorosa.
O exercício, assegurado a todos, dos direitos e deveres da cidadania é o território que possibilita esse encontro e abre novos horizontes ao desejo humano de uma vida mais sensata e harmônica, vida compartilhada.
PATRUS ANANIAS - Analista Legislativo da ALMG, ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ex-prefeito de Belo Horizonte e professor da PUC-MG. E-mail:patrusananias@terra.com.br
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