Diamantina: Blocos resgatam o prestígio nas ruas

DIAMANTINA

Blocos resgatam o prestígio nas ruas

Para organizador do "Sapo Seco", Carnaval deste ano garantiu mais plateia nos desfiles

Jhonny Cazzeta, OTEMPO online

Diamantina. A cidade de Diamantina é nacionalmente conhecida por seu Carnaval de rua animado pelos shows de percussão das bandas Bartucada e Bat-Caverna. Mas, neste ano, blocos tradicionais tentam resgatar o prestígio e fisgar os turistas de todo o Brasil. Nos últimos dois dias, os blocos "Sapo Seco" e "Rato Seco" foram a grande sensação dos foliões.

Eles não vieram lotados, cada um com cerca de mil componentes, mas a plateia de mais de 20 mil foliões era o que importava para os organizadores. "Somos centenários e pouca gente aqui nos conhece. Neste ano, temos recebido uma atenção especial e isso é muito valioso", comemorou Darci Luiz Freitas, 52, do "Sapo Seco".

A carioca Vanessa Martins, 26, assistiu à apresentação do "Sapo Seco", que só aceita homens no desfile. Ela ficou indignada em não poder integrar a folia genuinamente masculina. "Acho uma injustiça. Estou aqui para festejar."

O bloco "Rato Seco" também é tradicional e foi criado para ser um bloco infantil, mas, ultimamente, ele não tem seguido muito essa linha. "São 45 anos de história, as crianças do passado não querem parar de desfilar e, então, o bloco, que era para ser de criança, acaba recebendo adultos que não querem parar de brincar", conta Rosângela Barbosa, 43, organizadora do "Rato Seco", que saiu ontem à tarde. 

Além dele, passaram pelas ladeiras históricas, "Os Preguiçosos", "Apollo XIII" e "Xai-Xai". Hoje o "Sapo Seco" volta às ruas, às 16h30, e promete animação junto com "Peninha", "Xica da Silva" e "Casa da Sogra".

Até mesmo o presidente da Bartucada, Conrado Fabrino, se rendeu ao desfile dos blocos de rua de Diamantina, neste ano. "O nosso Carnaval é um show, para colocar as pessoas para pular. Já os blocos são outra coisa e resgatam um pouco da história da folia com fantasias e marchinhas", analisa.