segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval em Diamantina: Durante o dia, a festa é nas casas


Diamantina: Durante o dia, a festa é nas casas

À noite, os foliões saem às ruas e lotam o centro histórico de Diamantina, com muita música e animação


FLAVIO TAVARES
ediamantina
Casarões do Centro Histórico de Diamantina estão lotados: alguns têm quase 100 turistas


DIAMANTINA – Durante a noite, ruas históricas lotadas, praça do Mercado intransitável, largos e bares cheios. De dia, ruas tranquilas e casas cheias de gente, churrasco, música alta e bebida. O Carnaval na cidade histórica do Vale do Jequitinhonha é mais animado nos espaços privados durante o dia, e à noite nas áreas públicas.

A regra, como todas, tem suas exceções. Na tarde deste domingo (19), um grupo de paulistanos aproveitou o calor e o mormaço das 13 horas para “ir pescar”. Munidos de uma rede de voleibol e uma vara de pescar com um cartão de crédito na ponta da linha, tentavam a todo custo “fisgar” as jovens menos atentas que passavam na rua calçada com pedras irregulares em frente à casa alugada pelo grupo, no Centro Histórico. Sem sucesso.

De acordo com um dos “inventores” da técnica, o paulistano Ricardo Corsário, de 28 anos, esse é o terceiro ano consecutivo que o material entra na bagagem de viagem. Antes, a turma, que se autodenomina “Chapéu Atolado” passou a festa em Muzambinho e Ouro Preto, ambas no interior de Minas. Se dá certo? Ele assegura que sim. Durante os 40 minutos em que a reportagem acompanhou a brincadeira, no entanto, nenhuma das cinco jovens que caíram na rede foram efetivamente fisgadas.


diamantinaOs paulistas saíram para “pescar” as belas jovens nas ruas, mas não tiveram muita sorte (Foto: Flávio Tavares)
O grupo de 99 pessoas, entre eles um americano e duas espanholas, ocupava um casarão de quatro andares. A excursão saiu de São Paulo na terça-feira à noite, e levou 17 horas até Diamantina. Cada um pagou, em média, R$ 700, com cerveja, água, refrigerante e churrascos diários incluídos.

No início da noite, na praça Doutor Prado, a animação ficou por conta do tradicional Bloco do Sapo Seco, que arrastou cerca de mil pessoas pelas ruas do Centro. À noite, a diversão ficou por conta da Batcaverna e da Bartucada, cuja apresentação, a exemplo da noite anterior, deveria se estender até as 7h30.

As principais atrações da cidade nessa segunda-feira, além das duas bandas, que transformam músicas de vários estilos – de Michel Teló a Michael Jackson – em algo parecido à batida de sambas-enredo, são os blocos caricatos. Às 15 horas desfila o bloco infantil do Rato Seco, que se concentra na Rua Rio Grande, no Centro. Às 17 horas, sai o Bloco da Preguiça. Às 19 horas, o Bloco Xai-Xai.

De acordo com informações da Prefeitura de Diamantina, o município, que conta com 45 mil habitantes, foi invadido, em 2011, por 20 mil foliões. A estimativa é que a cidade receba, no feriado deste ano, cerca de 50 mil pessoas.

Uma pesquisa realizada durante a festa há quatro anos, e coordenada pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), aponta que, em 2011, a cidade que mais mandou foliões para o Carnaval de Diamantina foi Belo Horizonte, seguida de Governador Valadares, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador.

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