Uma nova designação para a UFVJM?
Autor: Prof. Pedro Ângelo – Reitor da UFVJM
No momento em que a UFVJM passa por uma expansão de grande magnitude com a quase duplicação do seu quantitativo de estudantes de graduação, marca também a ocupação de novos territórios do Estado de Minas Gerais: o Norte e o Noroeste. Expansão tão significativa com a implantação dos campi das cidades de Janaúba e Unaí leva a UFVJM a assumir sua vocação multicampi e sua inserção nas 4 mesoregiões da metade norte do Estado de Minas Gerais: Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Noroeste.Autor: Prof. Pedro Ângelo – Reitor da UFVJM
A inclusão desses 2 novos territórios remete à possibilidade de mudança de nome da Universidade, não porque os territórios contidos na designação atual devam ser preteridos, ao contrário, devem ser valorizados mais ainda no contexto desta Universidade assumir toda a metade setentrional do Estado de Minas Gerais. Assumir esses novos territórios não dilui responsabilidades ou dissipa a energia para o fazer, pois traz a reboque o desafio de estabelecer uma gestão multicampi orgânica eficiente, valorizando a autonomia no contexto de um sistema universitário integrado, tendo a disseminação do conhecimento com a capilaridade ao alcance do conjunto, ou seja, o todo trabalhando pela parte e a parte trabalhando pelo todo.
Nesse novo tempo não perderemos nossa missão de transformar nossa Universidade em referência para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, social e cultural da região de influência dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e de assumir o papel condutor do desenvolvimento sustentável desta vasta região, mas também incluir nessa mesma missão a nova dimensão geográfica com a inclusão do Norte e Noroeste de Minas Gerais.
A mudança de denominação da Universidade descortina uma janela de oportunidades, pois possibilita a reorganização administrativa da instituição, desde que, sendo a mudança de nome uma atribuição do Congresso Nacional a partir de um decreto presidencial, no bojo desse projeto devemos incluir uma nova composição de cargos e funções gratificadas inerentes a um organograma de academia no contexto dessa nova dimensão. Oportuno também para se buscar adensar algumas unidades acadêmicas e, sobretudo, incorporar novos servidores técnico-administrativo para bem estruturar a administração e as atividades acadêmicas da Universidade.
Esse novo nome, essa nova marca, pode e deve preservar a identidade mineira da Instituição e mesmo reforçar essa identidade, seja referenciando a macroregião onde se acha inserida, seja abraçando o nome de um personagem de expressão nacional e que identifica o território da Universidade.
Identificar a Universidade com a denominação de um personagem não deixa de ser atraente, pois seria a primeira Universidade Federal a adotar essa identificação, valorizando uma marca no âmbito do inusitado e da autenticidade.
Certamente que muitos personagens podem agregar valor a uma marca e um deles é, sem dúvidas, o substantivo próprio Juscelino Kubitschek. Ademais, configura-se uma homenagem ao estadista de visão desenvolvimentista e que, no seu tempo, impulsionou o ensino superior público do Brasil, sendo considerado, até os dias atuais, um dos mais notáveis homens públicos do País por encarnar a representação política republicana da história do Brasil e de Estadista que enxergou o país bem a frente do seu tempo e tendo marcado a sua existência com a ousadia e o discernimento dos sábios. Portanto, Universidade Federal Juscelino Kubitschek – UFJK – é uma proposta a ser considerada na perspectiva do interesse da mudança de nome da Instituição.
Certamente que manteremos a meta de implantar novos campi nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, conforme as diretrizes da expansão orgânica do sistema de IFES. Certamente que, a despeito da mudança de nome, não perderemos a nossa capacidade de articulação e nem a competência que estamos a construir. Importante é que o resultado do plebiscito não deixe ranços e rancores como legado, seja qual for a decisão, pois não seremos melhores do que nós próprios sem a força que emana do trabalho cooperativo e que faz frutificar idéias e saberes.
Oportunidades ora se apresentam e a sorte está lançada!
Pedro Ângelo é Reitor da UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. É geólogo, cearense, vive em Diamantina desde 1978. Trabalhava no Instituto de Geociências da UFMG. Quando foi instalada a UFVJM, em 2005, pediu transferência para a nova Universidade.
Comentário;
O reitor Pedro Ângelo não quer somente mudar o nome da Universidade. Ele quer criar outra Universidade, tirando os Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Já conseguiu aprovar um campus em Janaúba, no norte de Minas, e outro em Unaí, no noroeste de Minas, preterindo as cidades do Vale.
Se mudar de nome ele poderá se candidatar a mais dois mandatos. Ficaria 16 anos no poder da UFVJM. É um golpe de reeleição.
Outro detalhe: o reitor é doutor e sabe que não há uma só Universidade com nome de político ou intelectual, pois pressupunha uma facção política ou corrente de pensamento. A Universidade deve ser plural, fazendo circular todos os tipos e correntes de pensamento científico ou político, sem discriminação. A proposta de homenagear o ex-presidente JK deve ser de outra forma e não mudando do nome da Nossa Universidade, que levamos mais de 30 anos para criar. Agora, querem tirá-la de nós, o povo dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
É preciso dizer NÃO ao plebiscito montado pelo Reitor Pedro Ângelo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário