quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Construindo uma história de Lutas, meu nome é Jequitinhonha

Carta do Vale Esquecido
Construindo uma história de Lutas, meu nome é Jequitinhonha"
Caros amigos do Vale
Chegou a hora de avançar de maneira decisiva em favor do direito universal à educação, através da luta pela implantação dos nossos polos da UFVJM aqui no Vale. Para que isso aconteça de forma coordenada e responsável, precisamos antes de tudo responder a quatro principais questões neste momento de ânimos acirrados.

O QUE, COMO, ONDE, POR QUE QUEREMOS!
Queremos educação, um direito humano prioritário e inalienável por toda a vida; esse direito é essencial para o acesso aos demais direitos, para a construção de valores solidários, para a emancipação e o exercício da cidadania; as políticas públicas devem assegurar a concretização desses direitos; e os estados têm a obrigação de garantir de forma universal e gratuita, sem discriminação ou exclusão, o pleno direito a uma educação pública emancipatória, em todos os níveis e modalidades. A efetivação deste nosso direito se dará de forma real com a implantação imediata dos pólos da UFVJM nas cidades estratégicas do VALE.
Exigimos através dos diversos manifestos espalhados pelo Vale fora o respeito deste tal Sr. Pedro Ângelo Almeida Abreu, vulgo reitor da UFVJM, ao povo do Vale do Jequitinhonha que sonha, luta, peca e perdoa como outra gente qualquer espalhada por este bravo país.
Não somos melhores nem mais fortes que outras gentes de imenso país, mas também não somos fracos ao ponto de deixar que nos passem por cima, sem antes levantar a bandeira da nossa resistência, assim como nossos valorosos antepassados botocudos, que foram os últimos indígenas subjugados pelos invasores.
O mundo que sonhamos para os nossos filhos e filhas, de um futuro brilhante e promissor encontra-se neste momento interrompido por essa lacuna que se abriu na educação superior. Quando irresponsavelmente tentam passar por cima de uma região, o Magnânimo Reitor e seus Doutores, tal qual fez a Adolf Ritler e sua Gestapo na busca do extermínio de uma raça, nos querem subjugar. Pelo visto querem exterminar nossa sabedoria pujante, nossa cultura pulsante e nossa juventude esperançosa. Querem nos relegar para sempre ao rótulo de região de gente sem direitos e sem oportunidades. Isso não coaduna com o sangue Botocudo que corre nas nossas veias.
Acreditamos que venceremos pela mobilização, porque acreditamos na garra e na coragem do nosso povo. Mas esta mobilização tem de estar sincronizada entre o MÉDIO, o ALTO e o BAIXO Jequitinhonha. Conclamo as diversas correntes que lutam por esta causa a nos reunirmos o mais breve possível, com representantes de todas as cidades do Vale, para juntos definirmos as três cidades pelas quais lutaremos em prol destes polos e qual a atitude tomar caso tentem nos enrolar.
Muitas cidades neste momento se acham estratégicas, mas, na minha visão as verdadeiramente estratégicas são aqueles que já o eram, inclusive na visão de todo o VALE, no momento anterior ao início desta luta Quem pode melhor dizer quais as três cidades historicamente estratégicas para o VALE é o nosso próprio povo, articulado e democraticamente incentivado.
Todos nós envolvidos nesta luta, através do movimento político-social “A UFVJM É NOSSA”, sabemos qual a melhor estratégia para chamarmos a atenção da grande mídia nacional para a nossa causa. Temos é que ter coragem de tomar a decisão, e só desistir da luta após tombar o último guerreiro nos campos do Jequitinhonha. Só nos falta articular esta ação com a maior brevidade possível. Já contamos com a simpatia de setores da Igreja progressista no Vale, de alguns políticos, de entidades de classe, do movimento cultural, de estudantes, de muita gente... De povo. Infelizmente essa gente de Brasília só toma decisões e assume compromissos depois de que a coisa toma ares de protesto nacional. O que queremos é compromisso assumido, data marcada e letra assinada.

“para outro mundo possível, outra educação é necessária”.

Higino Pedro Filho- Araçuaí - Movimento “ A UFVJM É NOSSA”.

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