sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pastoral do Migrante aponta qualificação para enfrentar desemprego

Corte de cana
Qualificação é alternativa contra desemprego causado pela mecanização Estimativas da Pastoral do Migrante apontam que 50 mil trabalhadores deixam o Vale do Jequitinhonha anualmente para a safra da cana em São Paulo. Muitos enfrentam condições subumanas de trabalho, mas o fim da colheita manual, exigido por decreto federal, traz, por outro lado, a ameaça do desemprego.

O coordenador do setor de migração temporária da Pastoral do Migrante, José Carlos Alves Pereira, argumenta que a mecanização do corte de cana já surte efeito sobre o trabalho na região. Em 2005, segundo ele, eram 100 mil trabalhadores nessa atividade. No entanto, o fim da atividade não será súbito.

Seu depoimento se deu na Audiência Pública sobre Migração, no dia 30.05, em Araçuaí, no Médio Jeuqitinhonha, nordeste de Minas.

"Na região de Ribeirão Preto, em São Paulo, o mecanização está prevista para até 2014. Mas os trabalhadores estão indo para outros estados e outras regiões", afirma. Ele cita dados, atribuídos ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que apontam para a dispensa de 150 mil cortadores de cana até 2014, 30 mil deles originados de zonas rurais dos municípios do Médio Jequitinhonha.

Esse quadro leva entidades que apoiam esses trabalhadores a reivindicar investimentos na agricultura familiar, para que o cortador de cana tenha opções de geração e renda em sua própria região. José Carlos lista necessidades como água potável e para o plantio, recursos, capacitação, educação, saúde e lazer como essenciais para o desenvolvimento dessa agricultura.


Ele lembra ainda que a média de escolaridade do cortador de cana no Brasil é de 3,2 anos, e que esse trabalhador não consegue se inserir em outra atividade.

Na fase de debates, moradores também enfatizaram o problema da falta de água e compararam o Vale do Jequitinhonha com algumas regiões do Nordeste, que têm produtos agrícolas para a exportação, em função de terem água para o plantio.


Informações da ALEMG.

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