Cadê eu?
Banu
Banu
Se eu sair daqui, cadê eu?
Não consigo me encontrar, cadê eu?
Eu vou lá ni São Paulo, trabalho eu?
E um dinheiro vou ganhar, tou bem, meu!
Saudade dos meus amores, cadê eu?
Fim de ano vou voltar, achar eu!
Esta cana até me engana, sonhei eu!
Sem saúde, mas com grana, sofri eu!
O podão já me cortou, podei eu!
Coração já me sangrou, pulsei eu!
Aêaêaêaêaêêêêêêêêê
Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!
Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!
Companheiros, vamusimbora!
Para o Vale, vamusimbora!
Que dia, que dia, que dia que é?
É fim de ano, se Deus quiser!
Esperança acende a chama, liguei eu!
Festa, prazer, comida e cama, gozei eu!
Esta história aqui se encerra, cadê eu?
Já voltei pra minha terra, achei eu!
Fui do trecho, fui do mundo, perdi eu!
Sou raiz, lugar profundo, finquei eu!
Tou feliz em aqui morar, viva eu!
Plantar, colher, criar, amar, você mais eu!
Aêaêaêaêaêêêêêêêêê
Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!
Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!
Companheiros, vamusimbora!
Para o Vale, vamusimbora!
Que dia, que dia, que dia que é?
É amanhã se Deus quiser!
Esta é uma composição lítero-musical inspirada nos sentimentos dos irmãos quilombolas, dos fiéis da Festa do Rosário, no ritmo marcado pelo tambor de congadeiros, em homenagem aos migrantes temporários do Vale do Jequitinhonha, que se assalariam no corte de cana, no interior de São Paulo, por 8 meses, todo ano.
Aliás, este é um canto de todo trabalhador que luta para sobreviver e viver feliz em todo canto e lugar do mundo que escolheu para viver.
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