domingo, 5 de junho de 2011

Explicando a fragilidade de Palocci

Explicando a fragilidade de Palocci
Rudá Ricci
Recebi vários emails solicitando que eu detalhe mais o que seria a fragilidade da entrevista de Palocci. Vou detalhar dois aspectos:


1) Os valores de consultoria podem atingir 2 milhões ou até 4 milhões sem nenhum assombro. Ocorre que para estas cifras é normal que se justifique a notória especialização ou até mesmo singularidade (propriedade de uma tecnologia única). Não me parece ser este o caso do ministro;


2) Sendo assim, é possível que ele tenha assinado um contrato com cláusula de sucesso. Os valores nunca atingiriam um patamar superior a 10% do valor realizado (em fusões, como citou). Mas neste caso, devido ao patamar do valor da fusão presumido deveria passar pelo CADE. O CADE tem o papel de julgar sobre matéria concorrencial os processos encaminhados pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Assim, para se ter transparência nesta matéria, é fundamental que os casos de fusão assessorados pelo ministro venham à público. Caso contrário, permanece a dúvida sobre tráfico de influência;


3) Também chama a atenção dos motivos da empresa do ministro não ter sido registrada como sociedade anônima. Fica a impressão de certa arrogância política.

Minha opinião final?
As entrevisas (Folha de S. Paulo e Jornal Nacional) procuraram blindar o governo. E ele possivelmente cairá. Pela segunda vez.


Publicado no Blog De Esquerda em Esquerda, do professor e cientista político Rudá Ricci.

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