Montes Claros decretou situação de emergência – Foto: Fábio Marçal / Prefeitura Municipal
A última cidade a entrar na lista foi Montes Claros (Norte de Minas), onde o decreto oficializando a situação, assinado pelo prefeito Ruy Muniz, foi publicado nessa sexta-feira “considerando que choveu de forma irregular durante o período compreendido entre junho a setembro e que as precipitações registradas foram abaixo da média histórica prejudicando todo o sistema produtivo da cidade e contribuindo para o esgotamento dos mananciais, açudes e tanques existentes”.
Segundo o técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) Reinaldo Nunes de Oliveira, as perdas das lavouras no município na safra 2014/1015 foram de 90%, repetindo os prejuízos verificados em praticamente todos as cidades do Norte de Minas, devido a estiagem prolongada. “A região sofre com a quarta seca consecutiva”, diz Oliveira.
Ele salienta que, além dos prejuízos na produção agrícola, o Norte do estado tem elevada perda na pecuária imposta pela falta de chuvas. “Em 2010, o rebanho bovino norte mineiro era 3,3 milhões de cabeças. Hoje, gira em torno de 1,8 milhão”, descreve o técnico.
Nos últimos dias, também foi registrada a elevação da temperatura, com o aumento dos focos de queimadas nas diferentes regiões do estado. Em Montes Claros, nesta semana, um incêndio destruiu cerca de 10 hectares de mata nativa dentro do Parque Florestal Guimarães Rosa, situado na área urbana, entre os bairros Ibituruna e Morada do Sol. O incêndio, iniciado na tarde de quarta-feira, foi controlado na noite de quinta-feira, depois do exaustivo trabalho de combate por parte do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Municipal.
RIOS SECOS
Oliveira salienta que existem no Norte de Minas 730 rios que eram perenes. Mais de 80% deles (em torno de 600) estão secos, “cortados”, correndo com vazão mínima, depois de quatro anos de longas estiagens.
O secamento dos mananciais em decorrência da intensidade da estiagem virou realidade em Botumirim, pequeno município do Norte de Minas, situado em cima da Serra do Espinhaço, e que teve abundância de água, por ser uma região de nascentes. No município, o Rio Itacambirassu está cortado com alguns trechos completamente vazio. Segundo o chefe de Gabinete da Prefeitura de Botumirim, Moacir de Souza Oliveira, é a primeira vez que o Itacambirassu chega em situação tão crítica.
Moacir de Souza conta que outros curso d água de Botumirim, que eram perenes, também pararam de correr neste ano, como o Córrego dos Veados e o Rio Bananal. Por isso, várias comunidades rurais do município estão sendo abastecidas por caminhões-pipas.
Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, do Serviço MG Climatempo, estão previstas chuvas esparsas no Norte do estado para o começo de outubro. Mas chuvas fortes, suficientes para a recuperação do lençol freático, somente deverão ocorrer na região em dezembro.
Barragem que abastece Novo Cruzeiro está quase seca – Foto: Estação Novo Cruzeiro
Fonte: Estado de Minas
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