Quem chega a Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, logo se encanta com a fileira de palmeiras imperiais que enfeitam a principal avenida da cidade. No entanto, a seca que castiga a região e uma doença típica da espécie estão ameaçando as plantas.
Ao todo são 50 palmeiras e pelo menos 15 delas foram plantadas há 30 anos. “As mais velhas estão todas doentes”, observa Osmar Murta que cuida com carinho dos jardins há 14 anos.
Ele lembra que o problema começou a surgir nos últimos 10 anos. “No ano passado retiramos uma que morreu.”, informou o jardineiro.
As palmeiras embelezam a principal avenida da cidade – Foto: Gazeta de Araçuaí
Segundo biólogos, a doença é conhecida por Ceratocystis Paradoxa e se caracteriza pela seca prematura das folhas e apodrecimento dos tecidos da coroa que acaba provocando a quebra do tronco e a morte das plantas.
As plantas jovens de viveiro, com cerca de 2 anos de idade, morrem rapidamente (cerca de 6 meses após o aparecimento dos primeiros sintomas).
Especialistas recomendam o corte e queima das plantas muito afetadas. Para evitar a disseminação da doença, as plantas sem sintomas devem ser podadas em primeiro lugar. Os instrumentos de corte devem ser desinfetados com uma solução à base de hipoclorito de sódio (água sanitária) ou de formol.
Em viveiros, mudas atacadas pelo fungo devem ser retiradas do local para que não haja contaminação de plantas sadias. A irrigação das plantas por aspersão não é recomendada, pois os esporos do fungo serão disseminados.
Na entrada da cidade, cinco palmeiras não resistiram – Foto: Gazeta de Araçuaí
Seca
Especialista ouvido pela reportagem disse que as palmeiras não possuem raízes pivolantes, ou seja, aquelas que crescem como um pino em direção ao centro da terra. Elas são esparsas e com a falta da chuva, morrem facilmente.
Em Coronel Murta, todos os canteiros são irrigados duas vezes ao dia. Pela manhã e final da tarde. Para Osmar Murta “o ideal é um especialista diagnosticar o caso e buscar um remédio que possa salvar as espécies”.
Osmar Murta mostra o local onde foi retirada uma palmeira doente – Foto: Gazeta de Araçuaí
Ele acredita que algumas mudas chegaram doentes e contaminaram as outras. “Trouxemos estas mudas de Teófilo Otoni, da região da Lajinha. Muitas não resistiram e morreram”, lembra Osmar.
Os tratamentos com fungicidas não controlam a doença em plantas adultas e somente se devem utilizar fungicidas à base de tiofanato-metilo como tratamento preventivo, em palmeiras sadias, próximas de plantas infetadas, dizem os engenheiros agrônomos.
Contudo, vários estudiosos são unânimes em afirmar que, após o desenvolvimento da doença no interior do tronco, é muito difícil o seu controle.
Fungos já atacaram o tronco das palmeiras mais antigas – Foto: Gazeta de Araçuaí
Exóticas
Segundo Osmar Murta, em todo o seguimento dos canteiros da avenida central foram plantadas nos últimos 10 anos, além das palmeiras imperiais, outras três espécies: a licuri, que alcança 10 metros, a palmeira-leque, que é a mais resistente e não ultrapassa os 3 metros de altura e a coqueirinho, uma palmeira anã.
Nos últimos anos, o interesse pela plantação de palmeiras em ambiente urbano aumentou muito, assistindo-se à sua utilização frequente nos nossos jardins e arruamentos, em floreiras e espaços interiores.
Outras espécies de palmeiras foram plantadas na cidade – Foto: Gazeta de Araçuaí
As palmeiras imperiais são o orgulho dos coronelmurtenses – Foto: Gazeta de Araçuaí
Fonte: Gazeta de Araçuaí
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