Trânsito de caminhões pesados na LMG-677 prejudica a população do distrito de Lelivéldia.
Moradores de Berilo (Vale do Jequitinhonha)
reivindicaram o asfaltamento da LMG-677 e a fiscalização da circulação
de caminhões de eucalipto na região, durante a reunião desta
quinta-feira (17/9/15) da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras
Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O transporte de eucalipto é feito na região pela Suzano Papel e
Celulose, e a ausência de seus representantes no encontro foi criticada
por todos. A representante do Departamento de Estradas de Rodagem
(DER-MG), Maria Luiza Machado Monteiro, questionou a falta de
autorização para o trânsito dos caminhões e afirmou que o projeto de
asfaltamento da rodovia já está sendo feito.
A audiência foi motivada por um acidente recente que resultou na
morte de um jovem que estava na região para visitar a família depois de
ir trabalhar em outra cidade. “Morreu antes de ver a mãe”, disse o
deputado Doutor Jean Freire (PT), autor do requerimento que deu origem à
reunião.
O principal problema estaria exatamente no trecho em que ocorreu o
acidente, que atravessa o distrito de Lelivéldia por uma extensão de
cerca de dois quilômetros. “Estive na região para uma reunião da
Comissão de Saúde e a maior reclamação era o trânsito de caminhões
pesados, que tem gerado vários acidentes”, explicou o parlamentar. Os
moradores também pediram uma passarela para pedestres e reclamaram da
poeira causada pelos veículos.
A representante do DER-MG, Maria Luiza Monteiro,
afirmou que não foram encontrados pedidos da Suzano para transporte de
eucalipto na região. Ela disse ainda que será enviada fiscalização ao
local e os caminhões irregulares serão retirados de circulação. Segundo
ela, há também em andamento um projeto de asfaltamento da LMG-677 entre
Virgem da Lapa e o distrito de Ijicatu, em José Gonçalves de Minas. O
projeto deve estar pronto até o fim do ano, mas não há previsão para
início das obras.
Moradores cobram compensações
Os moradores de Berilo, porém, querem que a Suzano Papel e Celulose
providencie a pavimentação da LMG-677 como forma de compensar os
impactos ambientais e sociais de suas atividades na região. “Não
queremos paliativos, queremos soluções”, disse o prefeito de Berilo,
Igor Maciel Coelho. A única resposta que a empresa teria oferecido até o
momento seria um caminhão pipa para molhar a estrada ao longo do dia,
de modo a diminuir a poeira levantada pelos caminhões. “Fazem isso
enquanto sofremos com a falta de água”, questionou o vereador Gilvandro
Pereira da Costa.
“A empresa diz que o asfaltamento é responsabilidade do Estado, mas
eles têm que colaborar. A poeira que eles fazem causa doenças
respiratórias, que sobrecarregam os hospitais. O trabalho deles destrói
nossa fauna e flora”, acrescentou outro vereador, Davidson Pereira dos
Santos.
A representante dos movimentos sociais do Vale do Jequitinhonha, Clea
Amorim Araújo, afirmou que a Suzano tem causado grandes impactos
ambientais, como o fim de nascentes. “O que está acabando com o
Jequitinhonha são as licenças ambientais e outorgas feitas sem técnicos
que conhecem a região”, disse.
Polícia sem pistas de motorista assassino
O delegado regional de Polícia Civil de Capelinha, Thiago Rocha
Ferreira, explicou que a delegacia de Minas Novas, que tem a jurisdição
de Berilo, está sem delegado atualmente, mas que uma delegada de
Capelinha foi designada para investigar a morte recente que aconteceu na
LMG-677 em Lelivéldia. O motorista responsável fugiu do local e ainda
não foi identificado. Thiago Ferreira incentivou os moradores a repassar
as informações que tiverem e a colaborar com as investigações.
A promotora Nivea Mônica da Silva disse que os termos de ajustamento
de conduta já assinados pela empresa serão rastreados e fiscalizados.
Ela também afirmou que entrará em contato com os promotores da região
para solicitar maior vigilância com relação aos problemas relatados
durante a reunião.
Fonte: ALMG
Nenhum comentário:
Postar um comentário