Para a revista Veja, a decisão histórica do Supremo Tribunal Federal, que eliminou a contaminação da política pelo dinheiro privado, foi classificada como "estupidez".
No Globo, editorial foi além e afirmou que o STF "institucionalizou o caixa dois" no Brasil.
Antes deles, personagens como o blogueiro Reinaldo Azevedo e o senador Ronaldo Caiado já haviam se revoltado.
Nessa onda, até mesmo o Movimento Brasil Livre, que organiza atos contra a corrupção, protestou contra o financiamento empresarial.
Será que a direita não terá mais como eleger seus representantes sem apoio de empresas?
20 DE SETEMBRO DE 2015 ÀS 07:07
247 – A direita brasileira está indócil desde a última quinta-feira, 17.09, quando, por oito votos a três, o Supremo Tribunal Federal proibiu o financiamento empresarial de campanhas políticas, num julgamento conduzido pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente da corte.
O julgamento da ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil foi influenciado pela percepção crescente da sociedade brasileira de que as doações privadas são a origem dos principais escândalos de corrupção do País, como o da Petrobras e o da compra de trens pelo metrô de São Paulo – ainda que o grau de punições seja bem diferente.
Neste fim de semana, dois veículos de comunicação alinhados à direita protestaram. Em Veja, a decisão do STF foi classificada como "estupidez".
"Os ministros quiseram dar um basta na corrupção e terminaram por dar-lhe um formidável impulso", diz o editorial da revista.
O Globo, dos irmãos Marinho, publicou editorial na mesma linha e afirmou que o STF "institucionalizou o caixa dois no Brasil", como se a proibição do STF existisse para ser descumprida. Argumento semelhante foi usado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Antes deles, quem se revoltou foi o blogueiro Reinaldo Azevedo, que lamentou até não ter asas e bico para poder voar para bem longe daqui (relembre aqui). Ecoando argumentos de Reinaldo, um dos integrantes do Movimento Brasil Livre, Fernando Holiday, que organiza atos contra a corrupção, também protestou (leia aqui).
Tamanha indignação deixa no ar uma dúvida: a direita não conseguirá mais eleger seus representantes sem a força do dinheiro?
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