Audiência Pública de Prestação de Contas vira palanque eleitoral
Deputado Dinis Pinheiro e vice-governador Alberto Pinto Coelho
A Audiência Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais,
ocorrida em Capelinha no dia 11 de fevereiro, seria para Prestação de Contas da ALMG. Porém, seu Presidente, o
deputado estadual Dinis Pinheiro foi lançado como candidato a Governador em 2013,
pelos seus colegas que o acompanhavam Carlos Pimenta, do PDT, Gustavo Correa,
do PSDB, e o deputado federal, Toninho Pinheiro, do PP, seu irmão.
E isso é o que tem sido visto em
todas as Reuniões regionais da ALMG, como aconteceu no mesmo dia, em Teófilo Otoni.
As Audiências Públicas têm virado momentos de palanque eleitoral.
Para engrossar o coro, o
ex-prefeito de Capelinha, Edmar Pimenta, do PMDB, fez loas e elogios ao
deputado Dinis Pinheiro, apoiando sua candidatura.
O PSDB, partido do atual
governador de Minas, vem vivendo lutas internas na corrida ao Palácio da
Liberdade. O vice-governador Alberto Pinto Coelho anda costurando sua
candidatura, apoiado pelas lideranças tradicionais tucanas. Dinis faz parte do
grupo mais jovem que está insatisfeito pela condução política com mão de ferro
pelo Secretário de Governo Danilo de Castro e Secretário de Ciência e
Tecnologia, Nássio Rodrigues.
Três dores de cabeça para Aécio Neves
Com as definições atreladas ao arco de alianças
que Aécio buscará construir para respaldar a sua candidatura presidencial, a
situação não requer pressa na definição. “Não temos um nome natural em Minas”,
afirma Marcus Pestana, lembrando que aqueles colocados dependerão fortemente do
apoio e do aval de Anastasia e Aécio. “Nosso calendário tem duas referências: o
ritmo do Aécio nacionalmente e o ritmo do governo de Minas”, afirma Pestana.
“Temos de ter sabedoria para conciliar os calendários. Vamos ter de administrar
o timing”, afirma.
No momento, os
três principais pré-candidatos da base do governo se movimentam com discrição.
O primeiro deles, Dinis Pinheiro, inclusive, nega ser candidato. Mas a verdade
é que seu nome hoje está posto. Corre por fora, porque, entre todos, é o que
menos tem intimidade com a cúpula do PSDB e com Aécio. Entretanto, o seu perfil
popular – foi nas duas últimas eleições o deputado estadual mais votado no
estado – o torna o candidato mais apto a enfrentar no terreno petista uma candidatura
como a de Pimentel. O mais vermelho dos tucanos, Dinis ganhou a simpatia de
várias lideranças do PT na Assembleia, pela abertura que deu, como presidente,
a temas caros aos petistas – pobreza e saúde. Se parece o mais capaz de causar
dissensões no campo petista, Dinis é aquele que provavelmente mais gera
preocupação no campo tucano, pois defecções que podem ocorrer com Pedro podem
também com Paulo.
PRÓS E CONTRAS
Outro forte nome,
Marcus Pestana tem sido o porta-voz do PSDB, fazendo o debate público com a
oposição. Além de bom analista e excelente polemista, Pestana tem a seu favor o
trânsito com o tucanato nacional de alta plumagem. Sua maior vantagem é a
ligação direta com Aécio, sendo, inclusive, considerado um quadro de sua
confiança. Sua fragilidade é a penetração popular. Mas o deputado tucano sabe
que, assim como Anastasia, o que conta, no momento eleitoral, é o carimbo de
Aécio e a máquina do governo mineiro.
Pelo cargo que
ocupa, e pela posição privilegiada nas articulações futuras – afinal, poderá se
tornar governador no ano que vem, caso Anastasia se desincompatibilize em abril
do ano que vem para concorrer ao Senado Federal –, Alberto Pinto Coelho é o
nome mais forte dos três. Mas o vice-governador não tem tanta penetração
popular quanto Dinis nem a proximidade com Aécio que tem Pestana.
O fato de
Alberto ser do PP, contudo, poderá dar ao PSDB, na hipótese de sua indicação,
uma boa moeda de troca para a negociação no plano nacional: se não a adesão da
legenda à candidatura presidencial de Aécio, pelo menos a sua neutralidade,
tirando tempo de televisão de Dilma Rousseff. Embora esteja à frente do
cobiçado Ministério das Cidades com Aguinaldo Ribeiro, o PP em Minas é apoio ao
PSDB de primeira hora e é comandado nacionalmente por antigo aliado e amigo de
Aécio, o senador Francisco Dornelles (RJ).
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