Capelinha: Encontro da AMIRT frustra Rádios Comunitárias Leia relato da Daniela Cordeiro, de Angelândia, sobre o Encontro de Rádios:
Ocorreu neste sábado, dia 28.05, no hotel Aranãs, em Capelinha, o I Encontro Regional da AMIRT (Associação Mineira de Rádio e Televisão).
A cidade recebeu representantes de várias rádios afiliadas à associação muitos representantes de rádios alternativas da região que ainda não conseguiram seus registros estavam presentes. Foi um evento satisfatório para as rádios afiliadas, com presença da Anatel que ressaltou a importância das denúncias feitas pelos representantes legais presentes.
A promoção foi da rádio Aranãs FM, que por sua vez merece parabéns a toda a equipe que participou o tempo todo ativa a cada detalhe. O presidente regional da AMIRT, também diretor da rádio Aranãs FM, Tico Neves, deixou todos os presentes com uma ótima impressão da cidade de Capelinha recebendo-os com muita simpatia. Pedro Vieira - prefeito de Capelinha, Laerte Barrinha - presidente da câmara e outros representantes de órgãos e empresas da cidade também marcaram presença.
O evento iniciou-se com uma palestra do jornalista da Rádio Itatiaia Eduardo Costa, que, com toda simpatia, atraiu o interesse de todos com relatos de suas reportagens e história da rádio Itatiaia.
Em uma citação sobre venda de horário em emissoras ele criticou o fato da venda direcionada a pessoas sem nível intelectual. Perguntei se a nível comunitário ele tinha a mesma visão, se seria a favor de emissoras nas mãos da elite, alegando que a elite, em sua maioria, não tem visão que atenda os anseios da comunidade. Ele me respondeu que realmente é complicado pensar na comunicação comunitária nas mãos da elite e não foi muito além. Entendi, não era o lugar propício para estender, mas tirou a minha dúvida quanto à posição dele.
Não comungo com as atitudes e objetivos da AMIRT exatamente por conhecer tão de perto a luta de quem quer fazer rádio de verdade. A entidade não conseguirá avanços já que representa apenas uma espécie de "dedo duro" à Anatel.
Ora, se já temos o órgão ligado ao governo com todo aparato para fazer fiscalização, acabo vendo inútil a missão da AMIRT já que não tem autorização para tal ação. Sou a favor das ações da ANATEL designadas por sua competência.
A AMIRT desperdiça uma grande oportunidade de ser um aparato a meios de comunicação alternativos, chamados pela entidade de criminosos, não conseguindo assim o apoio do Governo Federal para sua estrutura. Hoje tem um número muito baixo de afiliadas que mal conseguem manter a entidade, pois seus objetivos são muito vagos a ponto de não terem o prestígio que poderiam ter na fiscalização inclusive.
Quanto ao número grande de participantes no evento, vale ressaltar a presença de vários representantes de rádios alternativas que já foram fechadas ou que ainda resistem no ar sem nenhum apoio, que viram no encontro uma esperança de conhecer a entidade e que ela fosse de amparo a emissoras de rádio em processo de legalização.
Voltaram frustrados e não participarão mais, pois já sabem que a AMIRT é sustentada por poucas e grandes rádios comerciais com o objetivo de exterminar às demais. No site da Aranãs, em um texto de Aldair Gomes dizia: Também serão convidados representantes das emissoras ainda não filiadas à AMIRT e das rádios consideradas “piratas” que terão a oportunidade de conhecer os caminhos para legalização de suas emissoras. Engraçado, na chamada eles não chamaram as não registradas de criminosas e faltou ainda ensinar caminhos para legalização, como promessa da AMIRT.
Senhor Agostinho, todas essas rádios já tem formulários e passo-a-passo para registro, apesar que nem isso foi oferecido, elas precisam é de apoio jurídico. Me surpreendi ao saber das rádios legalizadas Comunitárias e educativas que tem o mesmo objetivo e atuação das que estão em processo de legalização e ainda representam 4% das que financiam essa entidade.
Entendo a representatividade de 96% de rádios comerciais que financiam, pois precisam e com razão defender o direito de publicidade e suas finalidades, mas não terão avanços se não discutirem um meio mais eficaz de garantir o "seu reduto comercial" além do fechamento de rádios. Fecha-se hoje, abre-se amanha e com incentivo e financiamento do próprio comércio que quer competitividade para diminuição de custos.
Não sou defensora de criminosos, como a AMIRT pensa. Gostaria que cada rádio educativa ou comunitária tivesse menos burocracia no processo de legalização e se limitasse a um pequeno incentivo do governo para sua manutenção, sendo extremamente proibido qualquer outro tipo de apoio cultural. Sendo assim, rádios que se dizem comunitárias com a visão completamente comercial desinteressariam pela legalização e deixariam de manchar a imagem das que já prestam e bem esse serviço. Denegrir é algo que a AMIRT faz constantemente.
Perguntei a Agostinho Resende, presidente da AMIRT, porque eles se referem às rádios dessa forma "Criminosos". O que viria a ser rádio criminosa: A não licenciada, A que invade frequências e colocam aviões em risco ou rádios que prejudicam sua publicidade? Perguntei alegando ser um nome muito pesado para RCs em processo de legalização.
Ele me respondeu que criminosa para eles é qualquer rádio que independente da atuação na sociedade esteja sem registro completo ou com qualquer tipo de irregularidade. Isso é ser criminoso para a AMIRT e o conceito de criminoso é amplo. Não tenho rádio, luto pela causa e por democratização dos meios de comunicação e me senti ofendida em nome de todo dono de rádio que estava presente apesar de não terem se manifestado, oprimidos pela presença da ANATEL.
Leia relato completo no danycordeiro.blogspot.com , da Daniela Cordeiro
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