sábado, 19 de fevereiro de 2011

Votação do Salário Mínimo e hipocrisia

Votação do Salário Mínimo e hipocrisia
A hipocrisia é uma característica humana bem presente em disputas de poder. O comportamento dos deputados na votação do Salário Mínimo, nesta semana, mostrou como o jogo político é feito.

O PMDB votou fiel ao governo, com todos os seus deputados. Traição zero. Para que? Para obter um monte de cargos ainda não preenchidos no governo.O PT teve 10 deputados que não votaram com o governo. É menos fiel ao governo do que o PMDB? Parece que não por ter estes 10 deputados sempre brigado pela defesa dos trabalhadores, terem origem sindicalistas. Eles estariam traindo a sua base eleitoral se não votassem na proposta da Central Única dos Trabalhadores de um Salário Mínimo de R$ 560,00.

O PDT que dirige o Ministério do Trabalho passou apertado. Mais de 41% dos seus deputados queriam um valor maior e votaram contra a proposta do governo. A Força Sindical que boa parte segue cobrou deles alguma coerência. Ou eles seguiam o governo ou sua base eleitoral.

Os tucanos e os demos que tanto brigam pelo Salário Mínimo de R$ 600,00 não aprovam nas suas prefeituras nem nos seus governos este valor. Somente São Paulo banca valor igual e até maior.
O venerável senador de Minas, Aécio Neves, nunca bancou salário maior que o mínimo, quando foi governador por aqui. Agora, comanda seus deputados para exigir do governo federal o que ele não garante no seu quintal.
Então, ele poderia sugerir para o Anastasia para enviar à Assembléia projeto semelhante ao que ele defende.

“Nós, prefeitos, ficamos de cabelo em pé quando ouvimos pessoas que defendem o mínimo de R$ 600. Alguns estados mais ricos até podem arcar com este valor, mas seria um aumento incompatível para a maior parte do país. Em Minas, por exemplo, não temos condições de manter este teto, as prefeituras teriam um desequilíbrio em suas contas e podem até ter que demitir funcionários para não quebrar a Lei de Responsabilidade Fiscal”, explica José Milton (PSDB), presidente da Associação Mineira de Municípios e prefeito de Conselheiro Lafayete.
Olha bem quem dá essa declaração. É a maior liderança tucana dos municípios de Minas.

E se houver uma proposta de R$ 600 para o Salário Mínimo em Minas, como os deputados aecistas irão votar?

Estados ricos podem pagar R$ 600? E Minas é pobre? Disputa com o Rio de Janeiro o 2º PIB - Produto Interno Bruto do país. O salário mínimo do Rio, em 2010, foi de R$ 581,88.
Minas pobre é pras bandas do Jequitinhonha e Mucuri, onde esses mesmos governantes não tem a hombridade de investir.

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