sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ser ou ter. O que vale mais?


Ser ou ter. O que vale mais?Dirlane Almeida da Silva Silveira

Estamos vivendo a era do ter. Esquecemos o ser. Ser sublime criado por Deus, à sua imagem e semelhança.

Os homens esqueceram o princípio da vida, onde tudo começou.

Viemos do pó e ao pó nos retornaremos.

Deixamos de apreciar a essência do ser, para exaltarmos a essência do ter.
Vivemos uma busca constante do ter mais e mais. Vivemos a era de colecionarmos verdadeiras sucatas com aparência do belo.

Os amores, a amizade, os sentimentos, são descartáveis. Todos frágeis, como as roupas e os móveis que compramos a preço de ouro.

A globalização e os meios de comunicação nos hipnotizam com a oferta do ter...

Quando estamos em uma roda de amigos não compartilhamos os nossos sentimentos, as nossas alegrias, dor e angústia.

Não temos tempo de ser solidários, de dar afagos, de dizer que ainda há esperança no fim do túnel.

Mas, sempre encontramos tempo para exaltarmos: comprei um carro do ano, o mais caro da concessionária; comprei um apartamento no bairro nobre por... Troquei todos os móveis da minha casa, mudei tudo. Comprei, comprei, comprei.
A soma é grande, a subtração maior ainda.

Compramos tanto, juntamos tanto que nos esquecemos de olhar ao nosso entorno e ver o quanto estamos sozinhos. A casa está cheia de tantas coisas fúteis e inúteis. Deparamo-nos com a tão chamada solidão. Temos tudo: casa boa, carro do ano, mas algo nos falta.

Começamos por uma busca incessante, descontrolada, em termos cada vez mais e mais.
Entramos em colapso, piramos, enlouquecemos.

Meu Deus! O que ainda nos falta? Tenho tudo: dinheiro, muito dinheiro. Sou bem sucedido na vida. Mas há um vazio, um buraco que não se fecha...

Somos impulsionados a viver pelo ter.

Esquecemos o ser.

Ser humano, ser amigo, ser companheiro, ser filho, mãe, irmão, pai, família.

Esquecemos de não nos esquecermos da essência de ser.

Dirlane Almeida da Silva Silveira é Asssitente Social. Natural de Coronel Murta, mora em Berilo.

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