Professores também aderiram ao movimento dia 03 de junho.
Os servidores técnico-administrativos e os professores da Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) decidiram aderir à greve nacional de todas unidades educacionais federais. No dia 28.05, os técnico-administrativos que atuam
nas secretarias, bibliotecas, laboratórios e vários outros setores das unidades
educacionais definiram pela greve. Na terça-feira, 03.06, foi a vez dos professores.
De acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores de Instituições Federais (Sindifes), a greve é nacional e foi
convocada, em 28.05, pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores
das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra).
Servidores de outras Universidades federais e Institutos Federais de Minas têm aderido ao movimento como a UFMG, CEFET, UFOP, UFJF, UFV, unidades do IFNMG, UFLA e outros.
O conjunto das reivindicações dos docentes e técnico-administrativos poderia ser agrupado em vários níveis que na luta se apresentam de forma conjunta.
Um primeiro tem relação com uma pauta específica dos docentes e a reestruturação de carreira que tem impacto salarial apresentando critérios que eliminem as atuais distorções com valorização da dedicação exclusiva, melhoras nas condições de trabalho e contra os cortes em educação.
Um segundo nível expressa a pauta comum do conjunto dos servidores públicos federais, que entre outros pontos da pauta inclui: exigir uma data-base em 1º de maio e a retirada dos projetos do Congresso Nacional que atacam os direitos dos servidores, assim como uma política salarial permanente com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias; índice linear de 27,3% e a paridade salarial entre ativos, aposentados e pensionistas.
O Governo federal antecipa que qualquer concessão que tenha impacto orçamentário, deve estar subordinada ao ajuste fiscal, tendo como o objetivo do governo a diminuição do custo da folha de pagamento destes em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Nas reuniões de deflagração da greve foi anunciada que além das políticas de contingenciamento para o ano 2015, existem já políticas de pré-contingenciamento para o ano 2016, o que levaria a não realização de concursos públicos nas universidades em um contexto de forte sucateamento destas.
Está em curso a legalização de uma das formas da terceirização no setor público, para que as universidades uma vez sucateadas encontrem como “única” resposta a contratação de professores via Organizações Sociais - OS. O presidente da CAPES, Jorge Almeida Guimarães, afirmou que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC) pretendem criar uma OS para contratar docentes para as IFES por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), acabando com o Regime Jurídico Único (RJU).
Reivindicações dos Técnico-administrativos
Entre
as reivindicações pretendidas pela categoria está a reposição de perdas e o
aprimoramento da carreira; melhores condições de trabalho e qualidade no
serviço público; a democratização das Instituições federais de ensino; entre
outras pautas gerais dos servidores públicos federais.
Veja a lista com todos os pontos pretendidos pelos servidores
técnico-administrativos federais:
Reposição
de Perdas e Aprimoramento da Carreira:
-
Índice de 27,3% no piso da tabela considerando as perdas de janeiro de 2011 a julho de 2016;
- Pelo aprimoramento da Carreira com
correção das distorções, levando em consideração a racionalização dos cargos, piso
de três salários mínimos e step de 5%; reposicionamento dos aposentados e
pensionistas, e concurso público via Regime Juridico Único - RJU para todos os níveis de classificação;
- Pela não retirada de ganhos
administrativos e judiciais da Categoria – pagamento imediato;
- Reabertura de prazos para que os
Técnico-Administrativos em Educação que ainda estejam no PUCRCE possam migrar
para o PCCTAE;
- Reconhecimento dos certificados de
capacitação dos aposentados quando os mesmos se encontravam na ativa;
- Aproveitamento de disciplinas de curso
de graduação e pós-graduação para todas as classes do PCCTAE para fins de
progressão por capacitação;
- Reconhecimento de títulos de mestrado e
doutorado obtidos fora do país.
- Posicionamento hierárquico em padrão de
vencimento equivalente na tabela quando do reingresso de servidor em outro
cargo do PCCTAE.
- Efetivação do Plano Nacional de
Capacitação lançado em 2013;
- Extensão, para os
Técnico-Administrativos em Educação, do art. 30 da lei 12772/12, que trata de
afastamento para realização de estudos de pós-graduação;
Condições de Trabalho e Qualidade no
Serviço Público:
-
Turnos contínuos com redução da jornada de trabalho para 30 horas, sem ponto
eletrônico e sem redução de salário;
- Pela revogação da Lei que cria a EBSERH
para gerir os Hospitais Universitários das Instituições Federais de Ensino e
pela contratação de trabalhadores via concurso público (RJU);
- Revogação das orientações normativas
(nº 6, 15 e 16) relativas à insalubridade, assegurando os direitos dos
trabalhadores que já se aposentaram e dos que estão na ativa;
- Pela suspensão imediata dos cortes
orçamentários nas Instituições de Ensino e recomposição do orçamento;
- Construção/ampliação de creches nas
Instituições Federais de Ensino, atendendo a demanda da comunidade acadêmica;
- Construção de uma política de combate
efetivo ao assédio moral nas Instituições Federais de Ensino;
Democratização das Instituições Federais
de Ensino:
-
Por um processo eleitoral no mínimo paritário para a escolha de gestores no
âmbito das universidades públicas, de forma autônoma, com lista uninominal;
- Por uma composição paritária nos
conselhos superiores;
- Pelo fim da criminalização das lutas e
das perseguições aos dirigentes sindicais e ativistas nas Instituições Federais
de Ensino Superior;
Pauta Geral dos Servidores Públicos
Federais:
- Pela Revogação das Leis que criaram a
EBSERH e a FUNPRESP;
- Por uma politica salarial permanente
com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias;
- Índice linear de 27,3%;
- Estabelecimento de Data-base em 1º de
maio;
- Pelo direito de negociação coletiva
(convenção 151 OIT) e liberação de dirigentes para o exercício de mandato
classista;
- Pela instituição da Ascensão Funcional;
- Pela paridade salarial entre ativos,
aposentados e pensionistas;
- Pela retirada dos projetos do Congresso
Nacional que atacam os direitos dos trabalhadores;
- Por isonomia salarial e de todos os
benefícios entre os poderes;
- Pela anulação da reforma da previdência
de 2003, realizada por meio de compra de votos de parlamentares;
- Pela extinção do fator previdenciário;
Pela incorporação de todas as
gratificações produtivistas;
Pelo fim da terceirização que retira
direito dos trabalhadores;
Pela imediata realização de concurso
público pelo RJU.
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