Operação ‘Desiderato’ foi deflagrada em MG, SP, RJ e SC.
Esquema é formado principalmente por empresários e médicos.
A Polícia Federal realiza, na manhã desta terça-feira (2), uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que desviava verbas do Sistema Único de Saúde (SUS). Sete pessoas já foram detidas, cinco em Montes Claros, uma em Belo Horizonte e uma no Rio de Janeiro. A ação denominada "Desiderato" acontece em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Estão sendo cumpridos sete mandados de condução coercitiva, oito de prisão temporária, além de 21 mandados de busca e apreensão e 36 de sequestro de bens e valores.
Estão sendo cumpridos sete mandados de condução coercitiva, oito de prisão temporária, além de 21 mandados de busca e apreensão e 36 de sequestro de bens e valores.
De acordo com a PF, produtos pagos pelo SUS eram desviados por cardiologistas para fins particulares. Além disto, os médicos beneficiavam empresas fornecedoras de materiais hospitalares e recebiam propina em troca.
Ainda de acordo com a PF, a organização era formada por médicos, servidores do hospital e representantes de empresas de produtos médicos. Eles falsificam documentos para a realização de procedimentos cardiológicos sem necessidade dos pacientes. A investigação apontou que as próteses que não eram utilizadas nas cirurgias 'simuladas' eram desviadas e utilizadas em procedimentos nas clínicas de propriedade dos membros do grupo.
Segundo a polícia, a empresa produtora da prótese pagava ao grupo um valor alto pela compra de equipamentos e os médicos recebiam propinas que variavam de R$ 500 a R$ 1.000 por prótese. O grupo chegava a receber R$ 110 mil por mês. Os prejuízos aos cofres públicos podem chegar a R$ 5 milhões apenas em Montes Claros. De acordo com a PF, o esquema era formado principalmente por empresários e médicos.
Santa Casa de Montes Claros afasta médicos acusados de fraude
Profissionais são suspeitos de receber cerca de R$ 110 mil por mês para fraudar a utilização de próteses usadas para desobstrução de artéria
Profissionais são suspeitos de receber cerca de R$ 110 mil por mês para fraudar a utilização de próteses usadas para desobstrução de artéria
Após operação da Polícia Federal, a Santa Casa de Montes Claros informou o afastamento dos médicos acusados de fraudar a utilização de stents – próteses para desobstrução da artéria coronariana – em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Os três profissionais presos trabalhavam no setor do Serviço de Hemodinâmica.
Em nota, a instituição comunicou a substituição dos especialistas e afirma que "outras suspeitas de ocorrência de atos ilícitos envolvendo profissionais serão devidamente investigadas e coibidas, como afastamento imediato das atividades".
Além de três médicos, a PF prendeu uma secretária, um representante comercial e dois empresários da indústria de próteses. A operação, intitulada de Desiderato, foi desarticulada nesta terça-feira (2). A investigação também apura detalhes sobre a morte de pelo menos um paciente.
Os suspeitos são investigados pelo repasse de R$ 110 mil por mês, segundo a PF. Já o valor pago por apenas uma das empresas - fornecedoras dos equipamentos, em três anos, alcançou cerca de R$ 1,5 milhão. O hospital Dilson Godinho também aparece nas investigações da Polícia. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão de seis prontuários na instituição.
Leia a nota na íntegra:
A Santa Casa de Montes Claros vem a público esclarecer, a respeito da Operação Desiderato, deflagrada pelo Ministério Público e Polícia Federal, que, ao receber denúncias de irregularidades envolvendo a participação de médicos da instituição, atuou no sentido de colaborar com as investigações, coletando provas e documentos no serviço de Hemodinâmica, visando repassar informações a respeito de fraudes ocorridas no setor, referentes à comercialização e uso indevido de órteses, próteses e materiais especiais.
Assim, a Santa Casa, assume posição de destaque e dá exemplo de ética e transparência de gestão para todo o país, haja vista que, a diretoria, ao assumir a nova gestão, realizou sindicâncias para conhecer, de fato, a real situação dos diversos setores do hospital e levantou as suspeitas de irregularidades no serviço de Hemodinâmica, com início imediato demudanças nos processos internos e apuração dos fatos envolvendo a participação de membros do corpo clínico, que estão sendo investigados no esquema de fraudes.
A instituição ressalta ainda que todos os médicos envolvidos já estão afastados, definitivamente, do corpo clínico, e já foram substituídos por outros especialistas da área, que já assumiram o Serviço de Hemodinâmica. Outras suspeitas de ocorrência de atos ilícitos envolvendo profissionais da instituição serão devidamente investigadas e coibidas, como afastamento imediato das atividades.
Esclarece ainda que tais fraudes são geradoras de danos ao nome da instituição, causadoras de prejuízos ao SUS, aos cofres públicos, e diretamente responsáveis por colocar em risco a saúde e a vida dos pacientes que confiam na credibilidade e excelência na assistência à saúde prestada pela instituição.
A Provedoria manifesta repúdio e lamenta profundamente a prática irresponsável e criminosa de tais irregularidades por membros do corpo clínico e reitera que tais ações, antiéticas e ilegais, não refletem o comportamento da maioria dos médicos da instituição e não são coerentes com os princípios de ética, moral e transparência da Santa Casa de Montes Claros, maior hospital do Norte de Minas.
Jornal O Tempo
Por telefone, o presidente do Conselho Regional de Medicina de Montes Claros, Itagiba de Castro, informou que ainda não tem informações oficiais sobre a operação. Disse que espera que o direto à defesa seja assegurado aos médicos.
Itagiba de Castro ressaltou que as suspeitas relacionadas aos médicos investigados não podem ser imputadas a toda a classe médica e que os casos denunciados serão alvo de sindicâncias. Destacou também o conselho não é conivente com qualquer ato de natureza ilícita.
Reportagem do jornal Estado de Minas divulga nomes de envolvidos
Reportagem afirma que um dos envolvidos fez um acordo de delação premiada e revelou como a fraude era praticada. Outro médico, Vagner Vinicius Ferreira, também aceitou fazer o acordo de delação e foi liberado ontem. Além dele, foram detidos na operação os médicos Zandonai Miranda e Gerson Miranda, além da secretária do grupo, Eleuza Maria Alves. Ontem, as defesas deles entraram com pedido de relaxamento das prisões, que ainda estava sendo analisado pela justiça. O Estado de Minas, tentou, mas não conseguiu contato com os advogados.
Reportagem do jornal Estado de Minas divulga nomes de envolvidos
Reportagem afirma que um dos envolvidos fez um acordo de delação premiada e revelou como a fraude era praticada. Outro médico, Vagner Vinicius Ferreira, também aceitou fazer o acordo de delação e foi liberado ontem. Além dele, foram detidos na operação os médicos Zandonai Miranda e Gerson Miranda, além da secretária do grupo, Eleuza Maria Alves. Ontem, as defesas deles entraram com pedido de relaxamento das prisões, que ainda estava sendo analisado pela justiça. O Estado de Minas, tentou, mas não conseguiu contato com os advogados.
Comentário do Blog
A sociedade brasileira espera que o Conselho Regional de Medicina de Minas seja tão indignado, ativo e punitivo aos atos médicos quanto foi no combate ao Programa Mais Médicos que beneficia a população pobre.
Se não utilizar o corporativismo como vem sempre fazendo, o CRM punirá os médicos, expulsando-os e proibindo-os de exercer a medicina, caso as denúncias sejam comprovadas.
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