sábado, 31 de dezembro de 2011

Desejo a você...

Desejo a você...“Fruto do mato, cheiro de jardim,
namoro no portão, domingo sem chuva,
segunda sem mau humor, sábado com seu amor”.
Filme Kenoma, em Itira, ou no Meninos de Araçuaí,
Cerveja com amigos, cachaça de Salinas,
declamar poemas de Gonzaga Medeiros, Luiz Carlos Prates

e Cláudio Bento.
Ouvir e cantar com Coral Trovadores do Vale, Ícaros,

Bem-te-vi e Ouro de Minas.
“Viver sem inimigos, filme antigo na TV,
ter uma pessoa especial e que ela goste de você”.
Música de Paulinho Pedraazul, Pedro Morais,

Rubinho do Vale e Pereira da Viola.
Brincar no carnaval em Diamantina, Minas Novas ou Jequitinhonha.
Ouvir cantos das Lavadeiras de Almenara,

com regência de Carlos Farias.
Frango caipira em pensão do interior, andu com torresmo,

arroz com pequi.
“Ouvir uma palavra amável, ter uma surpresa agradável,
ver a banda passar”.
Banda de Música dos quilombolas da Vila Santo Izidoro,

de Joaíma ou Veredinha.
Rezar/orar na Festa de Nossa Senhora da Lapa ou nas Semanas

de Cultura Evangélica.
Tomar café em Ca(f)elinha, Angelândia, Setubinha,

Novo Cruzeiro e Malacacheta.
Jogar futebol, acompanhar os meninos nas escolinhas,

sonhar em jogar a Copa Aranãs.
Admirar a Serra Negra, em Itamarandiba, o Parque Florestal de

São Gonçalo do Rio Preto.
Nadar nas cachoeiras, poços e remansos do rio Araçuaí, Fanado,
Capivari, filhos diletos do Jequitinhonha com seu marzão besta do
Lago de Irapé, no Grão Mogol, Botumirim, Cristália,
Leme do Prado e José Gonçalves de Minas.
Ou no Lago de Itapebi, em Salto da Divisa.
Sacolejar nas cavalgadas de Joaíma, Jacinto, Rubim,

Mata Verde e Santo Antônio do Jacinto.
Passear por entre ruas e prédios coloniais de Diamantina, Serro,
Minas Novas, Chapada do Norte, Berilo, Grão Mogol e Itacambira.
Dançar e se divertir nas micaretas de Almenara, Araçuaí;

Festa da Manga de Itaobim; Capelinhense Ausente; e
Festival da Cachaça de Novo Cruzeiro.
Vestir de branco, dançar ao som do tambor e vivas à Senhora

do Rosário em Chapada do Norte, Minas Novas, Berilo, Francisco
Badaró e Serro.
Ver os olhos da amada nas pepitas de diamantes, turmalinas,
rubelitas e esmeraldas de Coronel Murta, Itinga, Medina e Padre Paraíso.
Ser moldado pelo barro nas mãos divinas de Dona Izabel Mendes,

de Ponto dos Volantes, ou das hábeis artesãs de Coqueiro Campo e
Campo Alegre, de Minas Novas e Turmalina.
Estudar, lecionar, pesquisar, ter amigos, filhos e sobrinhos na

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
Tomar banho de cultura de raízes e asas no Festivale, Festur de

Turmalina, Carboarte, em Carbonita, e Cantoria de Virgem da Lapa.
“Noite de lua cheia, rever uma velha amizade, ter fé em Deus...
Não ter que ouvir a palavra não nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança, ouvir canto de passarinho, sarar de resfriado,

escrever um poema de amor, que nunca será rasgado.
Formar um par ideal, tomar banho de cachoeira, pegar um

bronzeado legal, aprender uma nova canção...
Esperar alguém na estação”.

Queijo com geléia de mocotó, pôr-do-sol na roça. Trocar um

dedo de prosa nas feiras de Araçuaí, Salinas e Almenara.
Ter o amor do bicho de Pedra Azul ou da “menina-flor”.
Uma festa, um violão, uma seresta em Minas Novas ou vesperata

em Diamantina.
“Recordar um amor antigo, ter um ombro sempre amigo, bater
palmas de alegria.
Uma tarde amena, calçar um velho chinelo, sentar numa velha

poltrona, tocar violão para alguém, ouvir a chuva no telhado”,
viola de Ornelas ou sanfona do Dora Brasamundo,
e muito carinho meu.
Ser feliz
Em algum lugar do Vale do Jequitinhonha,
Ou no trecho que você escolheu para viver.

Sob inspiração de Carlos Drumond de Andrade, no poema "Desejo(s) e/ou Síntese da Felicidade".

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