Morador do Rio de Janeiro Aécio é considerado como 4º senador Carioca.
Mal acostumado com a passividade da imprensa mineira, o senador Aécio Neves parece enfim ter encontrado um repórter com o qual se incomodar. A pedra no sapato do senador se chama Lucas Figueiredo, e o jornalista mineiro já vem recebendo, via internet, o troco das críticas que tem publicado contra Aécio em seu blog. Na verdade, o domínio http://lfigueiredo.wordpress.com sofre o que o jornalista gosta de chamar de “forte ataque da guerrilha pró-Aécio Neves na web”.
Jornalista premiado, com passagem pelos principais veículos de imprensa do país, além de autor de livros igualmente bem-sucedidos, Figueiredo resolveu noticiar, de forma crítica, a posição do senador e ex-governador mineiro na votação que define a distribuição dos royalties do pré-sal. Para o jornalista, o tucano Aécio Neves teria defendido os interesses do Rio de Janeiro em detrimento dos interesses de Minas Gerais.
A polêmica se explica: ao dizer que Aécio atuou como “quarto senador fluminense” na questão dos royalties do petróleo, Figueiredo incomodou o ex-governador e político mais popular de Minas por várias razões. A primeira é que há, na imprensa do estado, um quase pacto de silêncio, ou mesmo apoio, em relação a quase tudo que Aécio diz ou faz. A segunda é que as críticas trazem de volta um temor que existia pelo menos desde a campanha eleitoral do ano passado: a de que Aécio não conseguiria, como parlamentar, o mesmo destaque e a quase unanimidade que obteve no executivo mineiro. Por fim, até as fontes que enfeitam a Praça da Liberdade (antiga residência de Aécio quando governador) sabem da sua admiração pelo Rio, para onde viaja frequentemente, sobretudo nos fins de semana – só que os aecistas nem de longe gostam de ouvir falar nisso.
Sobre a votação dos royalties do pré-sal, por sinal, o jornalista Ancelmo Góis voltou a chamar o senador mineiro de “menino do Rio”, em uma notinha na famosa coluna que assina n’O Globo. Em pronunciamento um mês antes da votação dos royalties, Aécio afirma na tribuna do Senado: “Não se pode pensar em alterar as regras de distribuição dos royalties promovendo a retirada de recursos de estados e municípios produtores (…)”
Para azar do senador, uma reportagem do jornal Estado de Minas, publicada apenas dois dias depois da votação, diz que o projeto aprovado 19 de outubro fará com que, já no próximo ano, “a fatia de Minas nos recursos do pré-sal seja aumentada de R$ 91,5 milhões para R$ 757 milhões” – um acréscimo de 726%.
Pouco tempo depois da publicação dos primeiros posts, o blog de Lucas Figueiredo começou a receber alguns comentários “inusitados”, como o jornalista diz em tom de brincadeira. Em um dos posts, Lucas tenta identificar internautas que, anonimamente, fizeram comentários críticos ao blog e favoráveis a Aécio. “Percebi ali um esquema organizado nas redes sociais e blogs para conter qualquer crítica”, diz Figueiredo, em entrevista ao Brasil 247.
Nascido em Belo Horizonte há 43 anos, ele trabalhou em jornais como Folha de S. Paulo, Estado de Minas, O Estado de São Paulo e Correio Braziliense, além de ter feito colaborações em revistas como a Rolling Stone, Playboy e Superinteressante, entre outras. Ganhou três vezes o Prêmio Esso, o mais importante do jornalismo brasileiro. Publicou também livros com relativo sucesso – para os padrões brasileiros –, como Morcegos Negros, Ministério do Silêncio e Olho por Olho, pelo qual conquistou o segundo lugar no Prêmio Jabuti, o principal da literatura nacional.
As críticas ao jornalista centram-se em dois pilares: um é de que ele seria um antiaecista convicto e que, por isso, suas posições jornalísticas a respeito deveriam ser recebidas com mais ceticismo. O outro pilar, derivado do primeiro, lembra que Lucas Figueiredo trabalhou na campanha do candidato derrotado ao governo mineiro no ano passado, o ex-ministro e ex-senador Hélio Costa (PMDB) – o vencedor do pleito, como se sabe, foi o ex-vice de Aécio, Antonio Anastasia, que saiu do traço nas pesquisas e, sobretudo graças ao apoio aecista, ganhou no primeiro turno.
Ao 247, o jornalista respondeu às duas críticas: “Em primeiro lugar, trabalhei, sim, alguns meses, como coordenador de imprensa, na campanha do Hélio Costa. E daí? E minhas décadas de jornalismo trabalhando em outros veículos?”. Sobre ser antiaecista, Lucas Figueiredo foi mais enfático: “Não sou, não quero e não serei, até porque tenho outras preocupações no momento”, afirma o jornalista, que está escrevendo um novo livro para a Editora Record. “Escrevo sobre o Sarney, critico a Dilma, o Lula, o FHC, o PCdoB, os tucanos e o PT”, continua Figueiredo. “E ninguém me acusa disso ou aquilo. Sobre o Aécio, ao menos aqui em Minas, parece que é proibido falar.
Blog do Alberto Bouchardet
2 comentários:
E o senhor Hélio Costa?É "menino do Rio"também porque é formado no Rio de Janeiro e trabalhou na emissora carioca Rede Globo. Ao atirar pedra no telhado dos outros,vê se o seu telhado é de vidro,PALHAÇO METIDO À VENCEDOR!!!
Washington,
Este post não se refere a Hélio Costa, um político mineiro formado pela Rede Globo Internacional.
você se refere ao telhado de vidro de quem? E quem é o "palhaço metido a vencedor"?
Postar um comentário