sábado, 22 de outubro de 2011

IFETs do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha decidem suspender greve


IFETs do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha decidem suspender greve

Sérgio Vasconcelos Repórter
Suspensão da greve foi comunicada aos pais e estudantes do IFET de Araçuai, na noite de quarta-feira ( 19/10). Servidores e professores dos Institutos Federais do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha ( Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) decidiram suspender a greve iniciada dia 8 de agosto.

Eles retornarão ao trabalho no próximo dia 31 de outubro. De acordo com Vânia Silvinha, do Comando de Greve e professora de geografia do IFET de Araçuaí a categoria permanecerá em estado de greve enquanto durar as negociações com o governo.


“ A decisão de suspender a greve é do Comando Unificado do movimento que abrange os 7 campi do IFET do Norte de Minas e o de Ouro Preto. Não é o fim da greve, é apenas a suspensão”, enfatizou a servidora. Segundo ela, esta proposta será levada para a plenária nacional que acontece em Brasília, dia 22 de outubro. De acordo com informações divulgadas pelo Comando Nacional de Greve em seu " Boletim de Greve", o governo não manifestou formalmente suas posições às solicitações da categoria. Pior ainda, diz o boletim, :o governo simplesmente decidiu, de maneira hostil e desrespeitosa, não receber mais as entidades que estiverem em greve.


Segundo o Comando Nacional da Greve, essa posição demonstra o total desinteresse do governo Dilma em atender aos trabalhadores e trabalhadoras. "As negociações, por incrível que pareça, não existem porque o governo recebeu nossa pauta antes mesmo da greve ser deflagrada (a pauta foi protocolada em maio de 2011) e não se manifestou oficialmente. A duração da greve dependerá do governo, dependerá de quanto tempo mais ele continuará desrespeitando nosso movimento e reafirmando, em seu silêncio, sua indisposição em atender nossas justas reivindicações.", completa a nota.

Movimento não recebeu apoio da sociedade e teve pouca visibilidade na mídia
Estudantes se sentiram prejudicados com o movimento grevista
Em Araçuaí, o movimento grevista dos professores do IFET não contou com a simpatia da sociedade, tampouco dos alunos e seus pais.

“Para mim, esta greve prejudicou os alunos. Voltar mais cedo é melhor “, desabafou Vânia Coelho Silva, mãe de Wallisson Silva, 15 anos, aluno do curso de agroecologia integrada.

“È muito ruim. Atrasa todos os trabalhos da gente”, reclamou o estudante.

“ A greve foi muito longa. Nosso preocupação, como pais, é com a reposição das aulas com qualidade. Durante o período de greve, os alunos ficam sem fazer nada dentro de casa”, reclamou o contabilista José Antonio Pereira Santos, pai de estudante do IFET de Araçuai que compareceu na noite de quarta-feira (19/10) no auditório da escola para ouvir do comando de greve local, um balanço do movimento e a notícia sobre o retorno das aulas.

“ Pelo que vejo o semestre letivo está perdido. Esta greve foi um fracasso. Faltou apoio da imprensa”, afirmou Neilson Batista Santos, estudante do último período do curso de informática. Ele enfatizou que o movimento teve pouca visibilidade tanto na imprensa regional quanto nacional. “ Não sei se obtiveram alguma vitória com esta greve”, observou Neilson Batista.

De acordo com Vânia Silvinha, uma das vitórias foi a suspensão do Projeto de Lei 549/2009 que congela o salário dos servidores por 10 anos. Esta proposta já tinha sido rejeitada pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados no dia 12 de maio de 2010.

Durante a entrevista, o professor Natalino Gomes, também do comando de greve, tentou intimidar a reportagem. “ Veja o que você vai publicar. Dependendo do que for publicado vamos exigir direito de resposta”, disse ele em tom ameaçador. Outro professor ainda sugeriu: “ O melhor é que envie para ser aprovado antes de publicar”, disse ele . A proposta, no melhor estilo stalinista , contraria os melhores manuais de redação dos jornais e veículos de comunicação do mundo. Certamente é por atitudes como esta que justifica a declaração do estudante Neilson Batista: “ O movimento não teve apoio da imprensa”.

Ele tem razão. Basta olhar o Boletim Especial da greve, publicado pelo sindicato das categoria (SINASEFE) número 10, de 18 de agosto de 2001. Lá está o balanço “ nossa greve na mídia” Em Minas Gerais nenhum jornal de expressão noticiou o movimento, de acordo com o boletim. Boa parte das matérias noticiam movimentos de estudantes contrários à greve.

Pauta de Reivindicações do SINASEFE
1. Reajuste emergencial de 14.67%

2. Destinação de 10% do PIB para a educação pública;
3. Reestruturação da Carreir adocente e do PCCTAE;
4.Democracia das instituições federais de Educação Básica, profissional e tecnológica;

5.Cumprindo já a Legislação sobre questões funcionais dos servidores da Rede federal de ensino com a revogação das instruções e orientações normativas em contrário;

6.Pela manutenção e ampliação de concuros públicos para docentes e técnicos administrativo em educação;

7.Contra a precarização da fuñção docente com o estabelecimento dos contratos temporários em substituição aos professores/as substitutos e para ocupação de vagas ociosas de docentes do quadro permanente;

8. 30 horas semanais para os técnicos administrativos de toda a Rede;

9. Estabelecimetno já de um Grupo de Trabalho com a participação do Governo, SINASEFE/FASUBRE e Reitorias para a discussão sobre as receirizações nas IFEs;

10. Equiparação do auxílio alimentação dos servidores da Rede Federal de Ensino com a dos servidores do Congresso Nacional e Judiciário;

11. Implantação de um Grupo de Trabalho com a participação do MEC e SIASEFE para discutir a normatização, concessão e valores de benefícios como auxílio maternidade, saúde e pré-escola.

Publicado no Gazeta de Araçuaí

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