Reitor da UFVJM não quer povo do Vale participando de decisões

Reitor da UFVJM não quer povo do Vale participando de decisõesEm carta endereçada à Zara Sampaio, do Movimento de Mulheres de Capelinha e Mopvimento Muda Capelinha, o reitor da UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Pedro Ângelo, demonstra medo da mobilização social que despertou todo o Vale do Jequitinhonha.

Reitor Pedro Ângelo, da UFVJM, não quer participação do povo do Vale nas decisões da UniversidadeO movimento “A UFVJM é nossa!” está agitando na internet e marcando reuniões no Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha para protestar contra a implantação de campus da nossa Universidade em cidades fora do Vale.
Ele afirma que a criação do campus em Unaí e Janaúba é irreversível. Que seja em outra universidade, não na nossa! Que Unaí procure a UnB - Universidade de Brasília, a 120 km da cidade, ou a Universidade Federal de Uberlândia ou Uberaba, a 350 de lá. Janaúba que já tem campus da Unimontes, pode se servir da UFMG que já serve Montes Claros.
O reitor quer que o povo do Vale vá até Brasília para definir os rumos da UFVJM. Nós, do Vale, sabemos que a decisão é do CONSU – Conselho Universitário da nossa Universidade. Ele é deliberativo e tem o poder de definir se aceita ou não expansão da UFVJM.
E ainda mais: pode definir em qual cidade será implantado um campus negociado com a Secretaria de Ensino Superior do MEC.
O reitor mente de forma descarada. Não houve acordo para que o novo campus se instale na cidade de Jequitinhonha. Isso faz parte de acerto dele com o prefeito Roberto Botelho, de Jequitinhonha. Os outros prefeitos presentes na audiência do MEC, Dim Martins, de Virgem da Lapa, e João Pereira, de Itaobim, negam esta decisão autoritária, de Gabinete.
Cadê a tal autonomia universitária, professor Reitor? A Universidade não aceita controle social? Quer definir tudo em Gabinetes, sabe lá atendendo a que interesses?Leia a carta enviada pelo Reitor à jornalista Zara Sampaio, de Capelinha:
Senhora Maria do Rosário,
A próxima reunião ordinária do CONSU será realizada na sala própria do Conselho, no dia 7 de outubro, com início às 8h30.
Cabe lembrar mais uma vez que a Universidade não dispõe de meios (financeiros para investimentos e, sobretudo, para contratação de pessoal) para implantar campus universitário. Nenhum movimento interno ou externo fará reverter a decisão do MEC de implantar campus nas cidades de Janaúba e Unaí, pois, como já foi dito e explicado, caso a UFVJM não os assuma, outras IFES sediada em Minas Gerais o farão.

Entendo que o movimento e suas caravanas são importantes para a defesa dos interesses dos Vales, no entanto essas caravanas, para que alcacem efeitos positivos, deveriam ou devem ser direcionadas para o MEC e/ou o Palácio do Planalto. Veja que no dia 14 de setembro passado, com a presença de apenas 4 prefeitos (Divisópolis, Itaobim, Jequitinhonha e Virgem da Lapa), 2 vereadores e 2 secretários municipais, além do Dep. Leonardo Monteiro, a reunião realizada com o Secretário da SESu/MEC, Prof. Luiz Cláudio Costa, resultou no aceno da implantação imediata de um campus universitário na cidade de Jequitinhonha. Reitero, uma reunião sem agenda prévia e sem a conotação de um movimento popular regional.

Portanto, cabe ponderar que essa energia, essa mobilização, deveria ser direcionada para Brasília onde poderia, de fato, produzir os efeitos esperados.
Atenciosamente,
Prof. Pedro Angelo Almeida Abreu - Reitor/UFVJM

A UFVJM deveria esclarecer porque só depois do movimento "A UFVJM é nossa!" ele resolveu autorizar a publicação dos membros do CONSU. Nós já enviamos vários emails solicitando o nome de tais conselheiros. Não nos dão resposta. No site da UFVJM tem cargos vagos. Há somente um conselheiro fora da Universidade.
Que participação social é esta?

Como afirma Zara Samapio " meu pedido de todos enviarem msg assinando o nome e registrando Pelo Movimento A UFVJM é nossa.E a decisão pode nao ser em Brasilia : basta que o CONSU use a prerrogativa de sua autonomia que a legislação lhe concede.Este conversa de resolver no DF nao cola ,a menos que a Federal do Jequitinhonha obedeça á legislação diferente das demais autarquias,o que se sabe ser impossível".
E continua: "O reitor nao nos quer por lá,como tambem decidiu onde será o novo polo.Quais os criterios de escolha? Mais uma vez,ele atropela o povo do Jequitinhonha".