Jovens não nutrem esperanças em Taquaral, no Médio JequitinhonhaSérgio Vasconcelos repórter
Jovens como Rogério Pereira, Luiz Ferreira, Arlio Silva e Julio César deixaram o Taquaral por falta de oportunidades. Raul Vieira, de 16 anos, reclama que os poucos empregos gerados pela extração do granito não são oferecidos para pessoas do lugar.
O sonho de viver em um lugar onde possam trabalhar, estudar, criar família, está cada vez mais distante para os jovens de Taquaral, povoado pertencente ao município de Itinga.
A 635 km de Belo Horizonte e 43 de Araçuaí, no Médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas, e com 10.600 habitantes, o município de Itinga foi o último colocado entre os 853 municípios mineiros com o pior Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), divulgado em abril do ano passado pela Fundação João Pinheiro.
A falta de emprego e os desmandos políticos são apontados pelos jovens como causas do entrave do desenvolvimento do lugar.
“ Quem quiser alguma coisa tem de sair daqui”, lamentam os jovens Rogério Pereira, 18, Luiz Ferreira, 17, Júlio César Santos, 23, Arlio da Silva, 23. Em busca de uma vida melhor, eles foram embora para Campinas, em São Paulo, para trabalhar no comércio varejista. “ Quando tem férias a gente vem para matar as saudades da família”, afirmam.
“ Se tivesse oportunidades a gente não ia embora”, explicam.
Eles não acreditam na emancipação política do lugar.” A população está fria. Isso depende dos políticos. Se aqui virar Distrito já está bom”, conforma-se Raul Vieira Rodrigues, 16 . Ele conta que o lugar convive com o drama da falta de saneamento básico e de investimentos na área de educação e saúde. “ A Copanor fez uma rede coletora de esgotos mas o esgoto está sendo jogado no rio Jequitinhonha”, revolta-se o adolescente.
Para Júlio César Santos, 23, se não houver crescimento não haverá trabalho. O povoado conta com um posto de saúde, uma quadra de futsal, um campo de futebol, 3 igrejas, sendo duas evangélicas e uma católica. Para os jovens, a diversão é uma lan house e uma churrascaria que abre nos finais de semana.
Apesar de tudo, a região é rica em minerais industriais e pedras semi-preciosas. “ Eu trabalhava na extração de mica, cristal, feldspato e topázio”, agora estou desempregado”, lamente Raul Vieira.
Os jovens reclamam ainda que a única empresa que explora granito na região – a K-2- emprega poucas pessoas do lugar. Toda a produção é levada para fora, principalmente para o Espírito Santo.
Postado no Gazeta de Araçuaí, por Sérgio Vasconcelos
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