domingo, 1 de maio de 2011

Vale do Jequitinhonha: R$ 61 bilhões de direitos minerários à venda





Vale do Jequitinhonha: R$ 61 bilhões de direitos minerários à venda O granito do Vale do Jequitinhonha é variado e considerado de primeira qualidade. É onde a ganância dos investidores multinacionais mais mira. A região do Médio e Baixo Jequitinhonha tem uma das maiores reservas do mundo.

Um negócio que, talvez, nem a calculadora do bilionário Eike Batista, dono do Grupo EBX, consiga suportar está em oferta na internet. São concessões, de uma mesma empresa, para exploração de jazidas de metais, minério e pedras preciosas encravadas numa das regiões de maior pobreza social do país, o Vale do Jequitinhonha, Norte de Minas.

No site de um escritório de advocacia de São Paulo e em outros três (dois estrangeiros
e outro brasileiro - este sem acesso), oferecem um pacote de direitos minerários, na região, com preço total acima de US$ 61 bilhões. Pedras preciosas e semi-preciosas em abundância no sub-solo do Vale

O escritório paulistano faz uma apresentação que impressiona:“Localizado na cidade de São Paulo e possuindo escritórios colaboradores nas
principais cidades do país e no exterior. Com atuação nas mais diversas especialidades
do Direito, compartilhando experiências, seriedade e excelência do seu trabalho, respondendo
às demandas de forma integral, desde as instâncias primárias até os Tribunais Superiores, em assuntos corporativos e individuais”. Feldspato explorado e beneficiado em Coronel Murta, no Médio Jequitinhonha

Os ativos ofertados são jazidas de diamante, ouro, granito (galbro, tipo preto de alta resistência) e de cobre. Esses direitos de lavras cobrem áreas no total de 2.400 hectares com acesso por rodovia e uma pista de pouso asfaltada de 1.400 metros de comprimento.

Os ofertantes dos recursos mineiras em questão garantem: “Empresa devidamente
regularizada, com registros e documentos atualizados. Dispõe de diversos equipamentos e
máquinas apropriadas para este tipo de exploração”.

Preço pode ser “combinado”
O ativo mais caro é a jazida de granito, que teria reserva indicada de 200 milhões m3 e está avaliada em US$ 60 bilhões. Todos os números, para que não haja dúvida, são repetidos por extenso entre parênteses.
Exploração mineral no leito do rio Jequitinhonha, na região de Mendanha, em Diamantina




A referência apresenta o cálculo de US$ 300 o m3. Pela ordem do maior valor, seguem: ouro (70 toneladas a 260 toneladas brutas, por US$ 840 milhões - US$12 o grama), diamante (2,5 milhões m3, com 0,2 quilates por m3, por US$ 115 milhões - US$ 230/k) e cobre (não avaliada, “mas com indício de bom potencial”, por US$ 80 milhões).

As jazidas já avaliadas estão com as reservas indicadas, ou seja, apresentam o volume
economicamente lavrável.

Diante de elevados valores, os anúncios fazem uma observação até óbvia à forma de pagamento: “a combinar”. Por telefone, o dono do escritório de advocacia, Sidney Dal Poggetto Cunha, confirmou que representa a venda daqueles ativos minerários e os valores anunciados. Disse que as negociações se dão via “carta de intenção”.

Texto de Sérgio Vasconcelos, editor do Gazeta de Araçuaí

Nenhum comentário:

Postar um comentário