A Formação de Preço da Gasolina no Brasil:
Por que pagamos tão caro pela gasolina?
Tentarei por meio de esta postagem explicar a formação do preço de um litro de gasolina que pagamos na bomba de combustível e para onde vai cada parte deste dinheiro gasto com o transporte.
Gasolina “A”, vendida pela Petrobrás, na quantidade de 800 ml tem o valor de R$0,80. A essa gasolina mistura-se Álcool anidro, a quantidade de 200 ml no valor de R$ 0,24.
Desta forma o Custo Total de 1 litro, livre de impostos é de R$ 1,04.
Sobre o valor apontado incidem diversos impostos Federais: Cide e Pis/Confins, que totalizam R$ 0,44. Também são cobrados impostos Estaduais, ICMS, o que representa R$ 0,64. Sendo assim o total de impostos representa 104% do preço bruto da gasolina, ou dizendo de outra forma R$ 1,08, quando esse valor é somado ao preço do começo do exemplo chegaremos no valor de R$ 2,12.
A distribuidora tem o seu lucro que é, em média por litro, R$ 0,08. Temos que levar em consideração o frete sobre a operação que representa R$ 0,02 por litro de combustível transportado. Enfim, chegamos ao lucro do posto, que é cerca de R$ 0,25 por litro. Ao somar todos esses valores chegamos ao preço da Gasolina na bomba de R$ 2,47 ( cáculo de 14 de abril de 2011). Se não levássemos em conta os impostos recolhidos o valor na bomba seria de R$ 1,39.
Imaginemos que você consuma 200 litros de gasolina por mês, o montante ficaria assim dividido: Dono do carro tem um gasto R$ 494,00, o dono do posto tem um ganho de R$ 50,00, a transportadora (frete) R$ 4,00 e a Petrobrás ganha R$ 16,00. Os Governos federal e estadual arrecadam a “pífia” quantia de R$ 216,00.
No gráfico a seguir é possível comparar os preços da gasolina praticados no Brasil com os preços médios em diversos países.
a) a parcela em verde do gráfico representa o preço da refinaria sem impostos;
b) a parcela em azul representa as margens de comercialização, que oscilam em função do mercado local de venda dos combustíveis;
c) e a parcela em amarelo representa a carga tributária que é a maior responsável pela diferença dos preços entre os países.
Acredito que a tributação sobre os combustíveis, sobretudo a gasolina e o diesel (apesar de alta a tributação do diesel é menor do que a da gasolina), deveria ser revista. Sobre o Etanol a tributação é mais amena, mas o preço do produto sofre grandes variações por questões climáticas, tempo de colheita que acabam por influenciar o preço o que faz seu preço chegar a valores absurdos em boa parte do ano.
A maior parte das pessoas, que vão das suas casas para o trabalho, dos produtos transportados das fábricas para as lojas, são transportados utilizado de gasolina e diesel. O que encarece o custo de vida do trabalhador e dos produtos nas gôndolas dos mercados.
Se os tributos sobre os combustíveis fossem reduzidos um grande impacto seria visto no nível de inflação. Segundo cálculos do economista Alex Agostini, da Austin Rating, um reajuste de 10% na gasolina contribuiria com 0,39 % do IPCA. A cada ponto percentual de alta, a contribuição para o IPCA é de 0,04 %.
A queda do preço dos produtos, devido à menor carga tributária da gasolina e diesel, poderia estimular o crescimento no consumo de diversos produtos, já que estes ficariam mais baratos e as famílias teriam um saldo maior a seu dispor. Esses novos produtos consumidos são tributados, é claro, sendo assim o governo poderia mais do que compensar a queda na arrecadação por meio de combustíveis.
Este texo é do Frederico Matias Bacic que é economista. Publicou-o no economidiando.formacao-de-preco-da-gasolina .
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