Fragilidade de política de segurança do governo de Minas gera medo e insegurança.
PUBLICADO EM 12/04/14 - 03h01,no jornal O TEMPO.
Com cinco cidades visitadas na Caravana da Participação (Manhuaçu, Varginha, Uberlândia, Ribeirão das Neves e Ipatinga), pude perceber que a segurança pública – mais precisamente, a falta dela – é a preocupação comum aos moradores dos mais diferentes quadrantes de Minas Gerais. Na conversa mais corriqueira, os mineiros sempre contam sobre um momento em que sua vida ou seu patrimônio estiveram em risco. Com os prefeitos, além do risco pessoal, reclamam do investimento cada vez maior que têm de fazer no setor, uma atribuição do governo do Estado. É comum pagarem o combustível das viaturas, o aluguel do prédio que serve de delegacia ou até mesmo a alimentação dos policiais.
As prefeituras podem e devem colaborar com a política de segurança pública. Quando fui prefeito de Belo Horizonte, criei a Guarda Municipal, a quem cabe a preservação do patrimônio municipal. Desobrigar as polícias Civil e Militar de cuidar da segurança dos prédios públicos libera muitos agentes e veículos para fazer a segurança da população. Mas não se pode querer que pequenos municípios, que são a grande maioria das cidades mineiras, sejam obrigados a ter uma GM ou custear uma atribuição que é do Estado. O fato é que nós, mineiros, estamos intranquilos, temendo por nossas vidas e pelas vidas de nossas famílias. Nos fins de semana, quando meus filhos adolescentes saem para se divertir, fico acordado até ter a certeza de que retornaram para casa. Deve ser um comportamento comum à grande maioria dos pais de jovens. Essa sensação de insegurança de todos nós foi agravada nos últimos dias.
O roubo de armamento pesado do Centro de Escoltas do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, revelou a grande fragilidade da atual política de segurança. O que nos deixa mais assustados é perceber o quanto a propaganda do governo do Estado está distante da realidade. O que esperar de um sistema de segurança que não consegue guardar as armas e munições que deveriam ser usadas para fazer a segurança da população? As armas estavam em lugar certo e sabido, e mesmo assim o Estado não foi capaz de guardá-las. Não é menos grave o fato de os policiais terem sido dopados pelos bandidos que invadiram o depósito. É de se supor que a comida servida aos agentes, paga com dinheiro público, foi adulterada.
A sensação de medo é reforçada pelas estatísticas do próprio governo do Estado. Em 2013, dez crimes violentos (homicídio, estupro, sequestro e extorsão mediante sequestro) foram registrados a cada hora, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social. No total, foram 87,9 mil crimes violentos ao longo do ano, 22,6% a mais do que em 2012. Somente em Belo Horizonte foram registrados 878 homicídios no ano passado, um aumento de 7%. Os números falam por si e explicam o crescente temor da população em Minas. Sei que não é tarefa fácil garantir a segurança de milhões de mineiros, mas esse é um desafio que tem de ser enfrentado com mais determinação e inteligência e menos propaganda.
As prefeituras podem e devem colaborar com a política de segurança pública. Quando fui prefeito de Belo Horizonte, criei a Guarda Municipal, a quem cabe a preservação do patrimônio municipal. Desobrigar as polícias Civil e Militar de cuidar da segurança dos prédios públicos libera muitos agentes e veículos para fazer a segurança da população. Mas não se pode querer que pequenos municípios, que são a grande maioria das cidades mineiras, sejam obrigados a ter uma GM ou custear uma atribuição que é do Estado. O fato é que nós, mineiros, estamos intranquilos, temendo por nossas vidas e pelas vidas de nossas famílias. Nos fins de semana, quando meus filhos adolescentes saem para se divertir, fico acordado até ter a certeza de que retornaram para casa. Deve ser um comportamento comum à grande maioria dos pais de jovens. Essa sensação de insegurança de todos nós foi agravada nos últimos dias.
O roubo de armamento pesado do Centro de Escoltas do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, revelou a grande fragilidade da atual política de segurança. O que nos deixa mais assustados é perceber o quanto a propaganda do governo do Estado está distante da realidade. O que esperar de um sistema de segurança que não consegue guardar as armas e munições que deveriam ser usadas para fazer a segurança da população? As armas estavam em lugar certo e sabido, e mesmo assim o Estado não foi capaz de guardá-las. Não é menos grave o fato de os policiais terem sido dopados pelos bandidos que invadiram o depósito. É de se supor que a comida servida aos agentes, paga com dinheiro público, foi adulterada.
A sensação de medo é reforçada pelas estatísticas do próprio governo do Estado. Em 2013, dez crimes violentos (homicídio, estupro, sequestro e extorsão mediante sequestro) foram registrados a cada hora, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social. No total, foram 87,9 mil crimes violentos ao longo do ano, 22,6% a mais do que em 2012. Somente em Belo Horizonte foram registrados 878 homicídios no ano passado, um aumento de 7%. Os números falam por si e explicam o crescente temor da população em Minas. Sei que não é tarefa fácil garantir a segurança de milhões de mineiros, mas esse é um desafio que tem de ser enfrentado com mais determinação e inteligência e menos propaganda.
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