Em Minas, Anastasia paga fatura eleitoral de 2010
Estado tem dificuldades de caixa por conta da crise econômica e das demandas, sobretudo de cargos, dos aliados.
Depois de anunciar déficit zero e registrar crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a patamares próximos aos da China, o governo mineiro passa por sérios problemas de caixa. O Executivo alega que as dificuldades são resultado da queda na atividade econômica causada pela crise internacional. Mas paga também a fatura eleitoral de 2010, com liberação de recursos e criação de cargos para acomodar aliados dos 12 partidos arregimentados para apoiar a reeleição do governador Antonio Anastasia (PSDB) e a eleição do ex-governador, o também tucano Aécio Neves, a uma vaga no Senado.
O Estado já anunciou uma série de medidas para contenção de gastos como a dispensa de funcionários da Cidade Administrativa, sede do Executivo, e determinou até redução do consumo de copos plásticos e o fim do contracheque de papel do funcionalismo. O governo também deixou para 2012, dividido em duas parcelas, o pagamento do prêmio de produtividade dos trabalhadores, que, desde quando foi instituído em 2008, era depositado sempre em setembro.
Além disso, fez com que a Assembleia Legislativa, onde tem folgada maioria, adiasse a votação de projetos de reajuste para servidores dos tribunais de Justiça, da Justiça Militar, do Tribunal de Contas do Estado e dos próprios Executivo e Legislativo.
Também vem adotando medidas para aumentar a arrecadação, como o aumento nos valores do reboque e das diárias de veículos apreendidos e a criação de uma nova taxa que incidirá sobre a mineração, uma das principais atividades econômicas do Estado, todas aprovadas pelos deputados mineiros às vésperas do recesso parlamentar.
Segundo Anastasia, a dificuldade de caixa foi causada pelo descompasso entre o crescimento da receita e o das despesas, principalmente da folha de pagamento. Ele atribuiu o problema principalmente à crise econômica que atinge importantes importadores das commodities brasileiras, pois, de acordo com o governador, Minas Gerais “é um Estado muito exportador”. “Commodities não pagam ICMS, mas fazem a economia girar”, acrescentou o secretário de Estado da Fazenda, Leonardo Colombini.
Eleições. Mas a farra eleitoral promovida em 2010 também cobra seu preço. Apenas entre 1.º de junho e 2 de julho de 2010, às véspera das eleições, o governo gastou R$ 354 milhões em 3.063 convênios firmados com prefeituras. O valor é maior que os repasses feitos pelo Executivo durante 2009. Somando todos os convênios com municípios firmados no ano eleitoral, o desembolso chegou a R$ 954 milhões, valor 270% superior aos R$ 353 milhões liberados em 2009.
Site do Estadão
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