O rio
(nas águas do Jequitinhonha)
(nas águas do Jequitinhonha)
RONALD CLAVER
Adentrando o País da Pedra
O Jequitinhonha risca
A paisagem
Contornando mineral a fome
Das Gerais
Deus é invisível
Seu rosto se multiplica
Nos olhos tristes do Vale
Deus é cego
De uma ceguez de espreitar
Nas frestas
O olhar mágico da dor
De dormidas insônias, noites
Entre o barbeiro e o pernilongo
Perfazendo o ciclo do sono
Um menino no burro
Dois meninos no burro
A rua que continua
Os olhos, a solidão
de caminhar dois olhos no burro
Deus é Barro
Nas mãos de Zefa*
Deus é Cristo
No formão de Adão*
Nestas águas Jequitinhonhas
Deus é o esboço
Do homem
Seu perfil e margem
Sua violência e paisagem
Deus é água
Na planície rasa
No rio de asas
Parcas
Uma canoa se curva
Duas conoas curvam
O rio
O rio se curva
Diante da paisagem
E da pedra
E o Jequitinhonha segue
Sinuoso correndo a liberdade
das águas e dos homens
* Artesãos de Araçuaí-MG
O Jequitinhonha risca
A paisagem
Contornando mineral a fome
Das Gerais
Deus é invisível
Seu rosto se multiplica
Nos olhos tristes do Vale
Deus é cego
De uma ceguez de espreitar
Nas frestas
O olhar mágico da dor
De dormidas insônias, noites
Entre o barbeiro e o pernilongo
Perfazendo o ciclo do sono
Um menino no burro
Dois meninos no burro
A rua que continua
Os olhos, a solidão
de caminhar dois olhos no burro
Deus é Barro
Nas mãos de Zefa*
Deus é Cristo
No formão de Adão*
Nestas águas Jequitinhonhas
Deus é o esboço
Do homem
Seu perfil e margem
Sua violência e paisagem
Deus é água
Na planície rasa
No rio de asas
Parcas
Uma canoa se curva
Duas conoas curvam
O rio
O rio se curva
Diante da paisagem
E da pedra
E o Jequitinhonha segue
Sinuoso correndo a liberdade
das águas e dos homens
* Artesãos de Araçuaí-MG
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