Mercadante na educação? Conheço Aloízio Mercadante desde minha época de estudante da PUC-SP. Ele era presidente da Apropuc justamente no período em que estive por lá (1980-1984). O que se comentava é que ele transitava muito por todas correntes de esquerda, mas não se definia por nenhuma. Ele e Peixe (outro professor de economia da PUC) faziam uma dupla bem popular.
Mas confesso que não consigo entender muito bem a presença dele no Ministério da Educação. Porque ele sempre desejou - e sempre foi barrado por Lula - ser expoente da área econômica do governo federal. Na educação, sua contribuição é muito inferior. E temo quando economista vira gestor da área educacional. Nos últimos tempos, se arvoram a monetarizar ou a vincular seus objetivos à formação para o mercado de trabalho. Uma pobreza de pensamento e falta de humildade. A verdade é que economista raramente entende de educação.
Daí minha dúvida. Porque Mercadante e Mantega não são, digamos, próximos. E Marta Suplicy sempre se candidatou ao ministério da educação.
Não há dúvidas que foi um presente e tanto para Mercadante. Mas não tenho a mesma certeza se foi para o Brasil.
Espero que ele me surpreenda.
De Rudá Ricci, cientista político, no seu Blog de Esquerda em Esquerda
Complemento do Blog:
Aloízio Mercadante foi anunciado para ocupar o Ministério da Educação, neste 18.01, pela president Dilma. Toma posse na terça-feira, dia 24.01. Ele é economista, com mestrado e doutorado na mesma área.
Com 57 anos, filho de General do Exército e ex-comandante da ESG (Escola Superior de Guerra), Mercadante é formado em economia pela Faculdade de Economia da USP(FEA-USP), na qual, durante seus estudos, destacou-se sendo presidente das entidades estudantis. É mestre em economia pela Unicamp, e professor licenciado da PUC-SP. Recentemente, defendeu sua tese de doutorado no Instituto de Economia da Unicamp.
Mercadante foi vice-presidente nacional do PT e secretário de relações internacionais, além de integrante do Diretório Nacional e da Executiva Nacional. Participou da elaboração dos programas de governo do PT e foi coordenador da campanha presidencial do partido nas eleições de 1989 e 2002. Foi candidato à vice-presidência da República na chapa de Lula nas eleições de 1994.
Em sua primeira disputa por uma vaga de deputado federal, em 1990, foi eleito como o mais votado do PT. Na Câmara, destacou-se em duas importantes CPIs: a do PC Farias e a do Orçamento.
Na campanha de 1994, Mercadante abriu mão de uma provável reeleição para a Câmara dos Deputados e concorreu à vice-presidente da República na chapa de Lula.
Em 1996 coordenou o programa de governo do PT e foi candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Luiz Erundina.
Foi protagonista no debate econômico nacional, participando de palestras e publicando artigos propondo um modelo alternativo de desenvolvimento. Este período resultou no lançamento do livro "O Brasil Pós-Real", organizado por Mercadante.
Foi deputado federal por duas vezes e senador eleito por São Paulo, com 10,5 milhões de votos, em 2002. Foi candidato a Governador de São Paulo, em 2006. Atualmente, ocupava o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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