quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Minas Novas, a mãe do Vale, faz 279 anos

Minas Novas, a mãe do Vale
Minas Novas nasce oficialmente em 19 de junho de 1727. Foi fundada nesta data. Completa 279 anos. Comemora seu aniversário neste 2 de outubro, pois foi elevado à Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas da Contagem, neste dia no ano de 1730.
De origem mineira, da exploração do ouro, no século XVIII, Minas Novas pertenceu ao território baiano até 28 de setembro de 1760.
Minas Novas, esta senhora bicentenária, pariu 65 municípios dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, entre filhos e netos.

É a mãe do Vale. E a avó também.
Seu imenso ventre territorial ia da região de Carbonita e Itamarnadiba, no Alto Jequitinhonha, descendo os rios Jequitinhonha e Araçuaí abaixo, passando pelo Vale do Mucuri, até à divisa com a Bahia, em Salto da Divisa.
Ou seja, todos os municípios à margem esquerda do rio Jequitinhonha, alguns da margem direita, abaixo de Coronel Murta, e todos do Mucuri.
Nasceram da matriz minasnovense municípios como Teófilo Otoni, Nanuque, Araçuaí, Salto da Divisa, Capelinha, Itamarandiba, Turmalina, Leme do Prado, entre tantos.
Viveu a Inconfidência Mineira, com a participação ativa de Padre Rolim e Domingos de Abreu Vieira. Os estudiosos da história de Minas Gerais e do Brasil, não sei o porquê, se negam a registrar estes fatos. Só conseguem enxergar de Diamantina para a região central.
Minas Novas já teve grande poder político sobre toda a região. Por mais de um século dominou com mão de ferro a família Badaró, com seus diplomates, senadores, ministros e deputados. Hoje, é sede de Comarca, com pouca influência sobre sua microrregião. As cidades em volta cresceram e criaram vida própria como Turmalina e Capelinha.
Minas Novas foi muito rica, exportadora de ouro. Hoje, exporta mão de obra para o corte de cana no interior de São Paulo.Cerca de 4 mil homens vão anualmente buscar o sustento das suas famílias que tentam viver da lavoura no clima e terra áridos. É um dos municípios mais pobres do pobre Vale do Jequitinhonha.
Mas a vida do minasnovense não parece ser tão árida assim. É um povo festeiro, alegre, comunicativo, amigo. Suas maiores manifestações coletivas são na Festa do Rosário, no mês de junho, e no Carnaval, em fevereiro.
Sua cultura tem a forte presença de alguns casarões coloniais que teimaram em ficar de pé. O Sobradão, arranha-céu de pau-a-pique, construído no século XVIII, é seu símbolo maior.
As músicas de seresta insistem em não morrer. Os tambores de Mestre Bastião do Capivari, dos congadeiros, a Banda de Taquara de Bem Posta e o artesanato de cerâmica são a cara da sua cultura popular.
Maestros, instrumentistas, cantores e compositores se formaram, se formam e se revelam, como Canutinho, Álvaro Freire, a família de Rodolfo, Arlindo e Arnô Maciel, Mark Gladson e Pedro Morais.
Viva as Minas Novas, nossa mãe-território do Vale!

2 comentários:

Paulo Afonso disse...

Álbano, questiono essa data de fundação de Minas Novas, pois Itamrandiba que ja foi distrito desta Cidade tem 334 anos de emancipação. Então Minas Minas Novas não teria que ser mais Velha.?

Unknown disse...

É verdade, Itamar.
Há uma contradição aí, mas a data de fundação é considerada aquela em que a localidade passou a ser Vila. Equivale à emancipação de um município, nos dias de hoje.
Berilo tem data de dorigem de 1728, e também já pertenceu a Minas Novas.
Com a palavra os historiadores Álvaro Freire de Minas Novas ou outros que possam esclarecer esta questão.

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