segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mercedes Sosa, uma voz que não se cala

A voz da América Latina silenciou.
Mercedes Sosa morreu.
A cantora argentina Mercedes Sosa morreu neste domingo, dia 04/10, aos 74 anos.Ela lutou contra as ditaduras fascistas na América do Sul com a sua potente voz e se tornou numa lenda da música latino-americana.
Uma das cantoras mais populares da Argentina, era carinhosamente apelidada "La Negra" - devido ao seu cabelo preto e à tez morena - Mercedes foi igualmente chamada de “voz de uma maioria silenciosa”, tendo sempre lutado pelos direitos dos mais pobres e pela liberdade política.
A sua versão da música “Gracias a la Vida”, de Violeta Parra, tornou-se um hino para os esquerdistas de todo o mundo, nas décadas de 1970 e 1980.
Em 1977, enchemos o Mineirinho, em BH, para cantar e dançar ao som do ritmo do seu bumbo.
Gravou clássicos latinoamericanos com Milton Nascimento (“Volver a los 17”), no LP Geraes, com Fagner e Chico Buarque. Gravou o LP "Corazón americano", com Milton, em 1985. O seu último álbum, Cantora (volumes 1 e 2) - uma colaboração com artistas como Shakira, Caetano Veloso, Joan Manuel Serrat e Jorge Drexler - foi um dos dez mais vendidos do ano e ganhou várias nomeações para os Grammys Latinos, que serão atribuídos no próximo mês.
Ela continuou a cantar até este ano, permanecendo muito popular e destronando até alguns artistas jovens nas vendas de CDs. Durante a sua carreira, Mercedes recebeu ainda uma série de homenagens que lhe reconheceram a luta em prol dos direitos humanos, incluindo um Grammy Latino e um prêmio da UNESCO.
Foi expulsa do seu país devido à sua firme posição contra a opressão do povo pobre e a falta de liberdades democráticas.
As suas imagens de marca eram o seu cabelo comprido e os seus ponchos, que usava durante os espetáculos ao vivo, fazendo ouvir a sua voz poderosa.
Especialista em interpretar as palavras de escritores, abraçou a poesia dos grandes autores argentinos e latino-americanos.
Há vários anos que Mercedes Sosa se debatia com problemas de saúde, mas nunca quis largar a música. Em 2001 deu uma entrevista em que disse: “Não sou nova nem bonita, mas tenho a minha voz e a minha alma, que me sai quando canto”.
Duerme, Negrita!
Seu canto embalará os sonhos e lutas dos povos latinoamericanos.
Clique e ouça Gracias à la vida, de Violeta Parra http://www.youtube.com/watch?v=WyOJ-A5iv5I

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