sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Outra barragem da Vale se rompe em Brumadinho. Três mortos e 200 desaparecidos.

Barragem teria destruído a área administrativa e restaurante, onde almoçavam cerca de 200 pessoas.

Confirmado 3 mortes e 200 desaparecidos.

25/01/19, 14h41. Atualizado às 16:45 h.

Barragem se rompe em Brumadinho, cidade de Minas Gerais

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão na região após o rompimento da barragem.

Uma barragem da Vale rompeu na tarde desta sexta-feira, 25.01.19,  na comunidade Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Há informações de vítimas, pois um video mostra que a área administrativa e o restaurante foram totalmente destruídos, na hora do almoço. 
O Corpo de Bombeiros confirma 3 mortes e 200 desparecidos. Na hora do almoço existiam cerca de 200 pessoas. 30 conseguiram escapar correndo da enxurrada de lama.
Dois homens feridos foram levados ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Não há informações sobre o estado de saúde deles.

A área atingida pelos rejeitos, em imagem feita pelo Corpo de Bombeiros de Minas
Foto: Corpo de Bombeiros de Minas / Divulgação / BBC News Brasil


Em nota divulgada no começo da tarde, a mineradora Vale disse que os rejeitos liberados pela barragem atingiram a área administrativa da empresa no local, conhecido como Mina Córrego do Feijão. A lama também teria atingido parte da comunidade da Vila Ferteco, nas proximidades.Segundo a empresa, ainda não há confirmação sobre feridos no local - mas imagens feitas no local do acidente mostram pessoas sendo resgatadas na lama, com a ajuda de helicóptero.A Defesa Civil de Brumadinho pediu que moradores da parte mais baixa da cidade deixem suas casas e procurem um local seguro. Isso envolve os bairros Canto do Rio, Pires, Amianto, São Torrado, Alberto Flores e Parque da Cachoeira. Conforme o órgão, a tendência é a lama seguir para o Rio Paraopeba. É preciso evitar as regiões próximas ao leito do rio.A avenida que acessa a primeira ponte de Brumadinho está interditada pela Polícia Militar (PM) e há congestionamento nas redondezas. Todas as entradas da Vale e ruas das imediações estão bloqueadas. Motoristas devem evitar a região.O secretário de Estado de Meio Ambiente, Germano Vieira, afirmou que toda a equipe de emergência foi deslocada para a cidade, assim como um grande contingente de bombeiros, a Defesa Civil estadual e o subsecretário da pasta.Vieira contou que a Vale sobrevoa o local para diagnosticar o tamanho do desastre.Segundo a Globonews, o Ibama informou que o volume de rejeitos no rompimento da barragem de Brumadinho é de 1 milhão de metros cúbicos - ou seja, 50 vezes menor que o de Mariana (50 milhões de metros cúbicos).
Foto: TV GloboO vídeo abaixo está circulando na internet mostra um grande fluxo de lama avançando em velocidade média.







O que nós sabemos até agora sobre o rompimento da barragem?
  • Rompimento ocorreu no início da tarde na Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho
  • Corpo de Bombeiros e Defesa Civil municipal e estadual estão mobilizados
  • Prefeitura emitiu alerta para que população se mantenha longe do leito do Rio Paraopeba
  • Por precaução, o Instituto Inhotim está retirando funcionários e visitantes do local
  • Ainda não informações precisas sobre vítimas
A mineradora Vale publicou uma nota sobre a tragédia. Veja abaixo a íntegra do texto:
“A Vale informa que ocorreu, no início da tarde de hoje, o rompimento de uma barragem na Mina Feijão, em Brumadinho (MG). As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens.
A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade.
A companhia vai continuar fornecendo informações assim que confirmadas.”
Casa atingida por lama da Barragem.

O Corpo de Bombeiros trabalha na busca e resgate de feridos, mas ainda não confirmou o número de vítimas e disse ainda não ter confirmação sobre mortes no local. As imagens, no entanto, mostram a região tomada por um mar de lama, apenas pouco mais de três anos após a tragédia ambiental de Mariana.



Veja abaixo o resgate feito ao vivo pela Record TV  e que comoveu o país. Ainda não se sabe se a vítima sobreviveu ao resgate:







Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos Ministros do Desenvolvimento Regional e Minas e Energia, bem como nosso Secretario Nacional de Defesa Civil para a Região.


presidente Jair Bolsonaro lamentou a tragédia em nota compartilhada em suas redes sociais. "Nossa maior preocupação neste momento é atender eventuais vítimas desta grave tragédia", afirmou. O Governo ativou um gabinete de crise, coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Regional e do Meio Ambiente.

A tragédia ambiental de Brumadinho fez cair em 8% as ações da mineradora na Bolsa de Nova York nesta sexta-feira.
















Por volta das 13h30, a Prefeitura de Brumadinho alertou em suas redes sociais para a população da cidade manter distância do leito do Rio Paraopeba. A reportagem, que tenta chegar ao local, encontrou vários acessos fechados.

Já o Instituto Inhotim,  o museu a céu aberto de arte contemporânea localizado em Brumadinho,  informou através de suas redes sociais que o parque foi esvaziado por precaução. "Até o momento não fomos atingidos pelo rompimento da barragem de Brumadinho", completou o Instituto, em nota divulgada às 15h30. Inhotim é um dos principais destinos turísticos do Estado de Minas Gerais e recebe milhares de turistas todos os meses.




Também através de uma nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que está "monitorando e em contato constante com as equipes de Defesa Civil".
O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho acontece três anos após o desastre de Mariana, a maior tragédia ambiental do Brasil, que aconteceu em novembro de 2015. Na ocasião, a barragem de Fundão, da Samarco (propriedade da Vale e da BHP), se rompeu, matando 19 pessoas e provocou um tsunami de lama que avançou sobre a bacia do rio Doce até chegar ao litoral do Espírito Santo.


Localização da Barragem do Córrego Feijão.

Nota do governo de Minas

"Uma força-tarefa do Estado de Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para acompanhar e tomar as primeiras medidas.
O Corpo de Bombeiros por meio do Batalhão de Emergências Ambientais, e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando e há dois helicópteros sobrevoando a região.
O Governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações. Assim que houver mais informações, o Governo de Minas Gerais emitirá novos comunicado"

Nota da Defesa Civil

"O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), coronel Alexandre Lucas, chegam hoje (25) à noite a Belo Horizonte (MG) para acompanhar e apoiar o trabalho das defesas civis locais na ocorrência do rompimento de uma barragem na Mina Feijão, no município de Brumadinho, região metropolitana da capital mineira. A prioridade, neste momento, é o socorro e assistência à população afetada.
A mobilização e o apoio do Governo Federal iniciaram logo após o rompimento da estrutura. O ministro conversou por telefone com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que reforçou a importância de disponibilizar todo o apoio necessário ao estado e município.
Equipes do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) estão em frequente contato com representantes da prefeitura e governo do estado para orientar nas primeiras ações de resgate às possíveis vítimas e demais necessidades emergenciais."

Alerta das prefeituras

Fotos de moradores divulgadas pelo Corpo de Bombeiros mostram a lama. Nas redes sociais, a prefeitura de Brumadinho, Mario Campos, Juatuba, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Betim publicaram alertas para que a população não fique perto do leito Rio Paraopeba.




Informações de sites: Corpo Bombeiros, Terra, G1, OTEMPO, El País, TV Record, Rádio Itatiaia.

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