terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Educação musical é benéfico para o cérebro, dizem neurologistas americanos


Formação musical precoce aumenta desenvolvimento cerebral
Estudo publicado no “Journal of Neuroscience”
15 Fevereiro 2013
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A aprendizagem de um instrumento musical antes dos sete anos de idade aumenta significativamente o desenvolvimento cerebral revela um estudo publicado “Journal of Neuroscience”.
O estudo conduzido pelos investigadores da Concordia University, nos EUA, demonstrou que a aprendizagem de um instrumento, durante os seis e os sete anos de idade, tem efeitos benéficos no desenvolvimento do cérebro e produz alterações duradouras nas capacidades motoras e na estrutura cerebral. “ A aprendizagem de um instrumento requer a coordenação das mãos e de um estímulo visual ou aditivo. A prática de um instrumento antes dos sete anos aumenta, provavelmente, a normal maturação das ligações entre regiões motoras e sensoriais do cérebro”, revelou, em comunicado de imprensa, a líder do estudo, Virginia Penhune.
De forma a chegar a estas conclusões, os investigadores submeteram 36 músicos a uma tarefa de movimento tendo posteriormente realizado ressonâncias magnéticas aos seus cérebros. Metade dos participantes tinham iniciado a sua formação musical antes do sete anos, enquanto a outra metade começou mais tarde. No entanto, todos os participantes tinham os mesmos anos de experiência. Estes dois grupos de músicos foram também comparados com indivíduos que tinham tido pouca ou nenhuma formação musical.
Quando os investigadores compararam as capacidades motoras dos dois grupos de participantes verificaram que os músicos que começaram a aprender mais cedo eram mais precisos. Relativamente à estrutura do cérebro, o estudo apurou que os músicos que começaram a ter formação musical precoce apresentavam um aumento numa zona específica da substância branca que é constituída por fibras nervosas que ligam as regiões motoras esquerda e direita do cérebro. Quanto mais cedo a formação musical era iniciada maior era a ligação entre as duas regiões.
As ressonâncias magnéticas mostraram que não havia diferenças entre os indivíduos que não tinham aprendido música e os que tinham iniciado a sua formação numa idade mais tardia. Estes resultados sugerem que o desenvolvimento cerebral ocorre precocemente ou então não ocorre de todo.
“Este estudo é importante na medida em que demonstra que a aprendizagem de um instrumento musical é mais eficaz em idades precoces, porque existem determinados aspetos da anatomia do cérebro que são mais sensíveis a alterações nestas idades”, explicou, o coautor do estudo, Robert J. Zatorre.
“Verificámos que os músicos que iniciam a formação precocemente apresentam algumas capacidades específicas e alterações no cérebro. Contudo, isto não faz deles, necessariamente, melhores músicos. O desempenho musical é uma capacidade, mas também envolve comunicação, entusiasmo, estilo e outras tantas coisas que não se medem. Assim, iniciar a aprendizagem musical precocemente pode ajudar à genialidade de um músico, mas não faz dele um génio”, conclui a investigadora.

Sugestão de texto do Pedro Morais, músico, cantor e compositor. Licenciado em Educação Musical, pela UEMG. O próprio Pedro iniciou-se na música aos 7 anos.

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