segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Processo que apura rede de pedofilia em Araçuaí se arrasta há anos sem solução

O caso ganhou as páginas dos jornais e até mesmo uma reportagem especial do SBT Brasil, com apresentação do jornalista Carlos Nascimento.

Foto: divulgação

Após passar pela Comarca de Medina, o processo repousa nas prateleiras do Fórum de AraçuaiFrustração. Este é o sentimento de uma mãe que em novembro de 2006 denunciou uma rede de pedofilia em Araçuaí, envolvendo cinco meninas de 12, 13 e 16 anos, entre elas, uma de suas filhas, então com 13 anos.


O caso se arrasta pelos labirintos da Justiça sem que os culpados, com idades entre 50 e 80 anos , sejam punidos.

Para o promotor público, Randal Bianchini, um processo tem data para começar mas não tem para acabar.

m o relatório do então delegado Jaime Gomes da Costa , que investigou o caso, os envolvidos, homens bem situados socialmente, como dois médicos, um bancário, um funcionário do Fórum local , empresários, um despachante e, até um policial, ao invés de dar parcela de contribuição em favor das menores, preferiram explorá-las sexualmente, mediante pequenas recompensas, aproveitando da pobreza das mesmas.

Ao todo, 14 pessoas foram indiciadas pelo delegado, em novembro de 2006, por crime contra os costumes e enquadradas no artigo 244-A da lei 8.069/90 ( Estatuto da Criança e do Adolescente). As penas variam de 4 a 10 anos de reclusão.

O caso ganhou as páginas dos jornais e até mesmo uma reportagem especial do SBT Brasil, com apresentação do jornalista Carlos Nascimento.

Atualmente, apenas um dos envolvidos- um despachante - se encontra preso sob suspeita de tentar molestar uma menina de 11 anos, no bairro São Francisco, em Araçuaí. O caso foi em setembro deste ano.

Confissões

Segundo o delegado da Polícia Civil, Jaime Gomes da Costa, a contundência do envolvimento dos homens foi tanta que alguns, sem alternativa, até confessaram o crime, a exemplo de um serventuário do Fórum de Araçuaí que admitiu ter se relacionado com uma das menores. Um bancário também admitiu ter ficado várias vezes com duas das garotas que ele recompensava com dinheiro e presentes.

Ainda segundo o delegado, os encontros com as menores aconteciam principalmente em uma pousada próxima a um posto de gasolina no Alto do Mercado e outra nas proximidades da Policlínica Municipal de Araçuaí.

“ A principio, estas meninas se prostituíam com caminhoneiros que pernoitavam na cidade e depois com pessoas de Araçuaí”, revelou o delegado.

Foram arroladas mais de 30 testemunhas que iriam ser ouvidas em setembro do ano passado.

Com a saída dos dois Juizes da Comarca, em agosto de 2011, todas as audiências foram canceladas e até agora nenhuma foi remarcada.


Comarca de Araçuaí, que tem sob sua jurisdição seis municípios, possui apenas dois juízes . Até o momento o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, nomeou somente um para responder pela Comarca.

Policial quer solução para o caso

O licial citado no processo, um Cabo da Polícia Militar, disse que tem interesse na solução do caso. “ Envolveram meu nome nesta história. Estou sendo prejudicado porque não posso ser promovido”, disse ele que chegou a responder por uma sindicância interna da PM.

Em seu depoimento à comissão ele chegou a admitir que teve dois contatos com uma das menores citadas. “ Uma vez a menina me procurou para pedir emprestado minha farda para apresentação de um trabalho escolar e outra, quando ela acionou a polícia para denunciar que havia sido estuprada. Não emprestei a farda e jamais tive qualquer relacionamento com esta garota”, afirma o Cabo.

Após dois anos de investigação, a Comissão de Sindicância, composta por um tenente, um capitão e um sargento, optou pela improcedência das acusações contra o Cabo.

Por insuficiência de provas o caso foi arquivado, porém, o policial continua a responder pela acusação na Justiça Comum.

Os demais acusados também negam qualquer envolvimento com as menores.
Fonte: Gazeta de Araçuaí

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