Berilo: Jovens acusados de envolvimento com tráfico de cocaína são libertados
O seis jovens presos na quarta-feira, 04.01, acusados de envolvimento com o tráfico de drogas foram libertados da Cadeia da Comarca de Minas Novas, nesta noite de sexta-feira, 06.01. A própria Polícia Civil os libertou sem necessitar de uma autorização judicial.
O advogado dos jovens, Múcio Amaral Murta, informou que não há provas que a droga seja dos acusados pela Polícia. Não houve sequer uma testemunha para comprovar que algum deles seria responsável pela droga encontrada na terça-feira, 03.01, em uma laje de uma Escola de Educação Infantil, ao lado do Espaço Multiuso, no Bairro Dom Silvestre, na cidade de Berilo.
O advogado diz que há prova material pois a Polícia Militar encontrou em um sacola de supermercado, de plástico, de cor verde escuro, produtos entorpecentes, apurados por Perícia Técnica, em Minas Novas. Mas, não há sustentação para manter a prisão. O próprio Delegado reconheceu que não há provas de indícios de autoria, afirmou Múcio Amaral.
Na terça-feira, 03.01, algumas crianças brincavam no pátio de um prédio escolar, abandonado. Tiveram a sua bola de futebol alçada que caiu na laje, em um alçapão, no sótão da laje coberta. Ao empilhar carteiras velhas e subir até o sótão à procurara da bola as crianças encontraram a sacola com 815 cápsulas, todas de cor vermelha, com uma substância parecida com cocaína. As crianças procuraram por adultos para entregar o encontrado.
A Polícia registrou que houve uma denúncia anônima, com voz de homem, informando o fato. Logo depois, a Polícia Militar entrou em ação para investigar de quem seria a droga. Na quarta-feira, de manhã, prendeu 6 jovens tido como suspeitos.
Os relatórios de interrogatórios da Polícia Civil, realizados pelo Delegado Vitor Amaro da Silva, de Minas Novas, registram que dos 6 jovens presos, acusados de envolvimento com o tráfico de drogas, 4 se declararam ser usuários da drogas. Dois declararam nunca ter utilizado droga ilícita, apenas cerveja ou outra bebida alcoólica. Todos negaram saber de quem é a droga.
A Polícia suspeita que a droga tenha vindo de São Paulo e seria distribuída na região.
Os interrogatórios da Polícia apontam para um dos jovens como principal suspeito responsável pela droga ou associado, mas os outros negaram tal acusação ou desconhecimento de envolvimento com o tráfico.
Os 6 jovens são parentes, tendo 5 deles morado a vida toda no Bairro Dom Silvestre. Somente um foi criado em São Paulo, em Guarulhos, mas seu pai é de Berilo. Veio passar férias na cidade. Dois são irmãos de pai e mãe, outros dois são irmãos por parte de pai e um deles é primo de outros dois jovens. Com exceção do jovem paulista, todos declararam ser vizinhos e amigos um do outro.
Foi negada por eles a acusação em relação a fechamento de bar ou rua como forma de intimidação à população ou a movimento da polícia.
Os jovens apresentaram comprovantes de endereço e documentos de trabalho/declaração de comerciantes da cidade que registravam ser eles chapas de carga e descarga de caminhão, comerciário e operador de máquinas pesadas.
O advogado Múcio Amaral diz que “forjaram um flagrante de delito com um objetivo de obter sucesso na operação policial”.
Operação policial
A apreensão de 815 cápsulas vermelhas com cocaína, feita pela Polícia Militar, foi uma das maiores da região, nos últimos anos. A novidade é que a droga não é de consumo tão intenso quanto a maconha. É uma droga cara e pouco consumida na região. Foi apreendido pouco mais de 1 quilo de cocaína. O valor da venda de tal droga poderia chegar a R$ 40 mil. O grama de cocaína é comercializado no valor entre 15 a 40 reais, dependendo da pureza da droga, do momento e da necessidade do viciado.
A droga pode ser de traficante poderoso que procura utilizar o esquema de venda de drogas em pequenas cidades e região. Os maiores consumidores de cocaína no Vale do Jequitinhonha, geralmente de melhor poder aquisitivo, estão em cidades-pólo como Araçuaí, Almenara, Pedra Azul, Salinas, Taiobeiras, Minas Novas, Capelinha e Diamantina, embora exista um ou outro em outras cidades. Mas o consumo é considerado baixo em relação à quantidade apreendida.
A Polícia continua investigando na cidade e região a origem da droga, os donos e possíveis rotas de distribuição.
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