quarta-feira, 20 de julho de 2011

"Sudene mineira" de Anastasia beneficia municípios mais ricos

"Sudene mineira" de Anastasia vai beneficiar municípios mais ricos
Deputado Fabinho Ramalho teme que incentivos fiscais se concentrem em Montes Claros e municípios do norte de Minas

Mapa da região que o projeto do Governo de Minas pretende atender.

A chamada "Sudene Mineira" não vai atender às necessidades das áreas mais carentes do Estado.
A afirmação é do deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG), da base do governo mineiro, que aponta falhas no projeto de autoria do governador Antonio Anastasia para promover o desenvolvimento econômico dos municípios do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri.

De acordo com o texto, que será encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas, o governo mineiro pretende criar um fundo para oferecer linhas de financiamento com juros mais baixos às empresas interessadas em se instalarem na região, além de fomentar a atividade industrial com incentivos fiscais, como redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Para o deputado, a ideia do governo é boa, mas a lei deveria ter incentivos específicos para atender às cidades mais pobres do Médio Jequitinhonha e Vale do Mucuri.

"Essas regiões têm o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, sem infraestrutura e com pouquíssima mão de obra. Se não houver incentivos a mais para as indústrias se instalarem lá, todas, com certeza, irão para a região de Montes Claros, que é muito mais desenvolvida", aponta Ramalho.

Segundo o parlamentar, as cidades do Vale do Mucuri formam um verdadeiro cinturão de pobreza, dominado pelo consumo de crack.

"Lá virou uma grande favela de desempregados. São pessoas de bem que precisam de mais carinho e de uma oportunidade", acrescenta.

Um exemplo, segundo Ramalho, é a região no entorno da cidade de Teófilo Otoni. São cerca de 60 municípios que somam mais de 1 milhão de pessoas, sendo que 70% estão desempregados. "Já conversamos com o governador e esperamos que ele se sensibilize e nos procure para ouvir nossas reivindicações. Vamos envolver toda a sociedade de Minas para mostrar que estou defendendo uma região que está na contramão do progresso", afirma o deputado federal.

O projeto de lei que cria a Sudene Mineira deve ser encaminhado à Assembleia após o recesso parlamentar, que termina em 31 de julho.

Publicado no Jornal O TEMPO, em 20/07/2011


Comentário do Blog:


O deputado Fábio Ramalho está cheio de razão. Corremos o risco de ter uma "Sudene" que vai favorecer somente ao norte de Minas, a municípios como Montes Claros, Bocaiúva, Pirapora, Januária e Janaúba.


Os projetos de instalação de grandes empresas visam regiões com maior infra-estrutura e mão de obra qualificada, o que falta nas microrregiões de Araçuaí e Pedra Azul, no Médio Jequitinhonha, e Teófilo Otoni e Nanuque, no Vale do Mucuri.


Desde 1999, o Vale do Jequitinhonha pertence à ADENE, Agência de Desenvolvimento do Nordeste, ex-SUDENE. Após 12 anos, não se tem notícia de empresas implantadas por aqui. Até mesmo a Usina de Biodiesel, da Petrobrás, anunciada pelo ex-presidente Lula para ser implantada na região de Araçuaí e Itaobim, migrou para Montes Claros. Outras empresas se implantam no norte de Minas, mas nada para o Vale. O caso mais recente foi a vinda da Alpargatas para Montes Claros.


As lideranças políticas da nossa região ficam imóveis como se não tivessem nada a ver com isso. Mas, são justamente os políticos com representação no norte de Minas que puxam as coisas pra lá. E muitos deles têm votação aqui. Os deputados estaduais como Gil Pereira, Carlos Pimenta, Paulo Guedes, Arlen Santiago e Ana Maria; e federais como Márcio Reinaldo, não se cansam de puxar benefícios para suas bases. Eles estão certos.


Esperamos que os deputados governistas como Luiz Henrique Santiago, natural de Diamantina, se junte a Nirlando Pimenta ( de Teófilo Otoni) e Délio Malheiros ( de Itamarandiba) e outros deputados estaduais votados no Vale, além do deputado federal Ademir Camilo, e encampe esta bandeira levantada pelo deputado federal Fabio Ramalho.


É claro que os deputados votados na região e que estão no campo da oposição têm o dever de fazer o mesmo.


Nós, moradores da região, deveremos cobrar com telefonemas, emails, abaixo-assinados ou mesmo pessoalmente.

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