segunda-feira, 18 de julho de 2011

Marcha das Vadias reúne famílias e crianças em Curitiba

Marcha das Vadias reúne famílias e crianças em Curitiba
Foto: terra.com.br
A cada 24 segundos, uma mulher é vítima de violência no Brasil. Chamando atenção para essa realidade, a Marcha das Vadias percorreu ruas do centro de Curitiba (PR) neste sábado (16), com a participação de crianças, adultos e muitas famílias.

A passeata parou o trânsito em vias movimentadas da região central e chamou a atenção de quem passava por perto. Tanto pelo barulho e pela quantidade de participantes quanto pelo nome. A marcha reuniu aproximadamente 500 pessoas e contou com o apoio de entidades de defesa da mulher e da Delegacia da Mulher da capital. A Marcha das Vadias já ocorreu em diversas cidades brasileiras este ano, seguindo o movimento mundial do “slut walk”, iniciado no Canadá.


De acordo com Ludmila Nascarella, uma das organizadoras da marcha em Curitiba, muitas vezes as próprias mulheres saem como “culpadas” nos casos de violência sexual. Ela ressalta que usar uma blusa decotada não significa que a mulher esteja chamando um homem para um ato sexual. “Muitas pessoas dizem que a mulher sofreu a violência porque provocou. Isto é um absurdo. A mulher não tem consciência plena do que provoca no homem”, disse.


Além da violência, a passeata chamou a atenção para a importância da mulher se respeitar e valorizar o próprio corpo. “Não é porque mostramos o corpo que podemos ser desrespeitadas”, afirmou Maira Nunes, outra organizadora da marcha. “Nós fizemos questão de chamar as famílias. Elas precisam discutir este assunto. E é a família que ensina os valores”, disse.


Durante a marcha, os manifestantes fecharam cruzamentos, dançaram músicas no meio da rua e fizeram apresentações artísticas. Na praça 19 de Dezembro, conhecida como praça do Homem Nu, algumas pessoas subiram em cima de uma escultura de uma mulher nua e incentivaram “gritos de guerra” e paródias de músicas, como “se o papa fosse mulher, o abordo seria legal”. Ou ainda, “sim, eu sou vadia, o imposto me come todo dia” e “o corpo é da mulher, ela dá para quem quiser”.


A estilista Mayra Quadros, que participou da Marcha e levou junto a filha de 2 anos, disse que a menina “desde cedo” “está exercendo a liberdade dela”. “Ela está vendo o verdadeiro valor da mulher”, disse.

Fonte: www.terra.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário