
A situação é mais complexa para Aécio Neves. Enfrenta o início de um ataque de artilharia pesada contra seu nome, algo que está absolutamente desacostumado. Cheguei a escrever um artigo a respeito logo no início do seu primeiro mandato como governador: o risco do cala-boca que implantou em Minas Gerais era se desarmar para enfrentar o embate com a oposição.
Como dizem os jogadores: uma coisa é treino, outra é jogo real. Sem jogo jogado, o jogador vai se acostumando a situações previsíveis e controladas. Aécio orientou apoiadores a se candidatarem nas últimas eleições por várias siglas que o apoiavam no plano estadual. Mas várias dessas siglas apóiam o lulismo no plano federal. E a ofensiva lulista dos últimos dias coloca todos estes partidos na obrigação de decidir para que santo acendem as velas.
Os operadores da ofensiva estão articulados na internet, no parlamento e nas conversas promovidas no Palácio do Planalto. Assim, a opção fica irresistível.
A questão é:
esta ofensiva tem a ver apenas como as eleições de 2012?
Ou seria uma ação profilática para medidas mais duras de contenção da alta inflacionária?
Em outras palavras: a sinceridade de Dilma a respeito da inflação tupiniquim sugere que se prepara para cortar o crédito que alimenta parte da base social do lulismo?
Esta seria a senha para diminuir a canalização de um possível descontentamento que fatalmente surgirá mais à frente?
Análise do cientista político Rudá Ricci, do Blog de Esquerda em Esquerda
Nenhum comentário:
Postar um comentário