Coronel Murta: Assassinato de ex-prefeito completa 4 anos sem punição
Testemunhas de defesa e acusação voltam a depor no dia 20 de setembro em Araçuaí Noite de quarta-feira, 28 de março de 2007. Um tiro de chumbeira, uma arma artesanal, tirava a vida do prefeito de Coronel Murta, Inácio Carlos Moura Murta, 47 anos, quando o mesmo assistia TV na sala da casa de sua fazenda a 3 km do centro da cidade. O crime chocou a região. Sua mulher, Giane Torres disse que logo após o tiro, viu rapidamente um homem pulando uma das janelas da sala de visitas. No momento ela estava colocando a fi lha de 8 anos para dormir..
Lá fora outro tiro era disparado contra o fi -lho do caseiro, que acompanhado do pai e da mãe saiu para ver o que estava acontecendo, após ouvir gritos de socorro. O rapaz foi alvejado na perna por um rapaz magro, de boné e bermuda que estava debaixo de uma árvore. Nenhuma destas testemunhas identifi cam com clareza quem eram os bandidos.
Quatro anos se passaram e o crime permanece envolto em mistérios e perguntas que até agora não foram respondidas. Afinal, quem matou Inácio Murta e por quais motivos?O velório do prefeito Inácio Murta movimentou muito amigos e lideranças políticas do Estado como o Secretário de Governo, Danilo de Castro, e o atual vice-governador, Alberto Pinto Coelho.
HOMEM RICO E PODEROSO
Inácio Murta era delegado da Polícia Civil em Belo Horizonte e estava licenciado do cargo depois de ser reeleito prefeito da cidade. Homem rico e poderoso, tinha amigos infl uentes dentro e fora do governo. Um aparato policial foi montado para as investigações iniciadas logo após o crime. O relatório fi nal da Polícia Civil, aponta que o prefeito foi morto após uma mal sucedida tentativa de assalto. No entanto, apenas um homem está preso, acusado de ser o autor do disparo.
José Lucas Martins Lopes, o Luquinha, à época, com 22 anos, um bandidinho de quinta Categoria, que cumpre pena no presídio de Araçuaí por furtos e arrombamentos no comércio da pequena e pacata Coronel Murta. Ele nega de pés juntos e mãos para o céu, que não matou o prefeito. Na cidade, a maioria da população também não acredita que tenha sido ele o autor do disparo mas, acredita que ele estava na cena do crime junto com outros e que sabe muito mais além do que já contou.
Dias antes do assassinato, ele chegou a se encontrar na prefeitura com a mulher do prefeito, para pedir ajuda para refazer sua vida. Foi recebido pela então primeira- dama Giane Torres e ganhou uma casa, das 120 construídas pela COHAB , no bairro Maria da Glória, periferia da cidade.
A polícia e o Ministério Público já investigaram a mulher do prefeito, que também nega ter participação no crime . O casamento dos dois, praticamente já não existia. Era de fachada. No dia do enterro, ela mandou que tomassem a máquina fotográfica do editor do Jornal Gazeta
que cobria os fatos. Todas as fotos foram apagadas.
Carlos Murta, prefeito de Vespasiano, acredita que seu irmão foi vítima de "vandalismo".
Inácio Murta era delegado da Polícia Civil em Belo Horizonte e estava licenciado do cargo depois de ser reeleito prefeito da cidade. Homem rico e poderoso, tinha amigos infl uentes dentro e fora do governo. Um aparato policial foi montado para as investigações iniciadas logo após o crime. O relatório fi nal da Polícia Civil, aponta que o prefeito foi morto após uma mal sucedida tentativa de assalto. No entanto, apenas um homem está preso, acusado de ser o autor do disparo.
José Lucas Martins Lopes, o Luquinha, à época, com 22 anos, um bandidinho de quinta Categoria, que cumpre pena no presídio de Araçuaí por furtos e arrombamentos no comércio da pequena e pacata Coronel Murta. Ele nega de pés juntos e mãos para o céu, que não matou o prefeito. Na cidade, a maioria da população também não acredita que tenha sido ele o autor do disparo mas, acredita que ele estava na cena do crime junto com outros e que sabe muito mais além do que já contou.
Dias antes do assassinato, ele chegou a se encontrar na prefeitura com a mulher do prefeito, para pedir ajuda para refazer sua vida. Foi recebido pela então primeira- dama Giane Torres e ganhou uma casa, das 120 construídas pela COHAB , no bairro Maria da Glória, periferia da cidade.
A polícia e o Ministério Público já investigaram a mulher do prefeito, que também nega ter participação no crime . O casamento dos dois, praticamente já não existia. Era de fachada. No dia do enterro, ela mandou que tomassem a máquina fotográfica do editor do Jornal Gazeta
que cobria os fatos. Todas as fotos foram apagadas.
Carlos Murta, prefeito de Vespasiano, acredita que seu irmão foi vítima de "vandalismo".
TESTEMUNHAS SERÃO OUVIDAS
Dia 20 de setembro a partir das 13 horas no fórum de Araçuaí, serão ouvidas todas as testemunhas arroladas tanto pela defesa quanto pela acusação. O processo já conta com 376 páginas divididas em três volumes.
Dia 20 de setembro a partir das 13 horas no fórum de Araçuaí, serão ouvidas todas as testemunhas arroladas tanto pela defesa quanto pela acusação. O processo já conta com 376 páginas divididas em três volumes.
O caso está sob segredo de Justiça após Ministério Público tomar conhecimento que o jornal Gazeta tem cópias de todos os depoimentos. As testemunhas serão ouvidas pelo juiz Luiz Augusto de Sousa Melo. O advogado Alysson Martins Soares é o novo defensor de Lucas Martins Lopes, principal acusado do crime.
Entre as testemunhas ouvidas na fase inicial do processo, estão o advogado Carlos Moura Murta, 59 anos, irmão do prefeito assassinado, a viúva Giane Torres, amigos próximos da vítima, além de suspeitos de participação no assassinato.
No dia do crime , Carlos Murta, atual prefeito de Vespasiano-MG, disse ter conversado com o irmão por telefone por cerca de 40 minutos. Contou que ele estava feliz, fazendo planos de ir morar em Belo Horizonte onde assumiria um cargo de relevância na Seccional da Polícia Civil de Vespasiano, onde ele é prefeito.
Na sua avaliação, o irmão foi vítima de “ vandalismo “ ocorrido minutos antes de sua morte numa fazenda vizinha, onde quatro homens agrediram o proprietário quando pescavam numa lagoa. Para ele, esses homens estão envolvidos na morte de Inácio Murta.
Ele descartou a hipótese de crime político, praticado supostamente a mando de um ex-prefeito da cidade. “Nenhuma evidência neste sentido foi encontrada”, afi rma Carlos Murta.
Ele disse desconhecer que o irmão tenha imóveis em nome de terceiros e que além da renda de prefeito, Inácio comerciava gado de corte e pedras semi-preciosas exploradas dentro de suas propriedades.
Texto de Sérgio Vasconcelos, Editor do Gazeta de Araçuaí
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