Censo 2010 vai mapear migração interna
Vale pode conhecer realmente sua população migrante
O Brasil tem uma longa tradição na investigação sobre migração populacional, principalmente através dos dados coletados nos censos demográficos, assim diz um texto da Revista Vou te contar, do IBGE.Não é o que nós, do Vale do Jequitinhonha, e os pesquisadores sabemos. Como membro da Comissão do Censo 2010, de Berilo, apertei os técnicos do IBGE da regional de Capelinha para explicar como eles iriam recensear os trabalhadores rurais assalariados que, durante 9 meses, estão no corte de cana e colheita do café, no interior de São Paulo, Sul de Minas, Triângulo Mineiro e Mato Grosso.
Pois não é que revista do bimestre janeiro/fevereiro vem explicando? O diretor do IBGE Juarez de Castro Oliveira resume: " Se de um lugar está saindo muitas pessoas é possível que ele não está abrindo postos de trabalho em número suficiente, o que pode indicar uma economia estagnada". E salienta que "é importante conhecer esses fluxos para se traçar políticas públicas, sobretudo a nível local".
Quesitos específicos sobre migração
As questões sobre migração interna só serão aplicados nos domicílios selecionados para responder o questionário da amostra. Dentre eles, se o indivíduo reside no mesmo município em que nasceu, a unidade da federação, tempo de residência no estado ou municípios atuais, caso tenha se mudado, o nome do município em que residia.
O IBGE informa que as taxas mais expressivas da migração no Brasil se deu do Nordeste e de regiõe pobres como o Vale do Jequitinhonha para as grandes cidades do Sudeste, principalmente São Paulo. Desde 1990, este movimento está mais espalhado. São Paulo perde mais pessoas do que recebe.
30 mil migrantes
O último levantamento mais detalhado sobre migração no Vale do Jequitinhonha foi realizado pela Pastoral do Migrante, da Diocese de Jaboticabal-SP, em 2002.
Lá constavam quase 30 mil migrantes sazonais/anuais, saídos das cidades do Médio Jequitinhonha, principalmente de Minas Novas, Chapada do Norte, Berilo, Francisco Badaró, Virgem da Lapa, Araçuaí, Salinas e Itinga.
Minas Novas tinha o maior contingente com 4.800 trabalhadores. Porém, em termos proporcionais, Berilo tinha 38% da mão de obra economicamente ativa como migrante. Ou seja, 3.700 berilenses no corte de cana.
Este número vem diminuindo com o processo acelerado de mecanização do corte de cana. Um acordo, no primeiro semestre de 2009, entre o Governo de São Paulo e os Usineiros, a partir de pressão do movimento ambientalista, até 2012 deverá estar todo mecanizado o corte de cana e com proibição da queimas e o consequente fumacê que toma conta da região de Ribierão Preto, Guariba, Taquaritinga e outras cidades paulistas.
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