sexta-feira, 9 de abril de 2010

Capelinha quer R$ 100 milhões por danos do eucalipto

OAB anuncia ação milionária contra empresa de reflorestamentoAdvogados de Capelinha querem R$ 100 milhões por danos ambientais
Na terça-feira, 30 de março, a Câmara Municipal de Capelinha atraiu mais uma vez número recorde de pessoas à sua sede para discussão de problemas que afligem a comunidade.
Os vereadores buscam, inicialmente, a estruturação do Poder Legislativo não só com vistas à mudança cultural e política como, paralelamente, procura resolver os problemas mais graves que afligem o município e a região.
A questão ambiental tem sobressaído desde a audiência pública realizada recentemente na sede do parlamento do município.

A palestra de Geraldo Abreu, do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do Ministério do Meio Ambiente, referente à implantação do Interlegis, programa do Senado Federal, atraiu a atenção da comunidade capelinhense organizada, reforçada por alunos de duas escolas locais, as estaduais Domingos Pimenta Figueiredo e Antônio Lago.

O presidente da 155ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, de Capelinha, advogado José Coelho Júnior, conhecido como Dr. Zezito, fez o anúncio-bomba da reunião: a OAB local está preparando uma Ação Civil Pública a ser impetrada contra a empresa ArcelorMital, responsável pelo reflorestamento na região.
"É PRECISO TER CORAGEM"
O reflorestamento da ArcelorMittal no Vale do Jequitinhonha começou com a criação da Acesita Energética, em 1974. Era intenso o ritmo de expansão da Acesita e havia a demanda do carvão vegetal.
Para garantir o fornecimento regular ao reduto siderúrgico, intensificou-se a aquisição, pela empresa, de vastas áreas de terra na região compreendida pelos municípios de Capelinha, Veredinha, Minas Novas, Turmalina e Itamarandiba.
Em 2007, a Companhia Aços Especiais Acesita foi adquirida pela ArcelorMittal BioEnergia, empresa do Grupo ArcelorMittal, criado na França (Cannes), cujas atividades são dirigidas à produção e comercialização de biorredutor renovável (carvão vegetal), madeira, mudas e sementes, a partir de florestas de eucalipto.
Até então, o que se questionava na região sobre a monocultura do eucalipto ficava restrito a conversas pouco produtivas, ou mais especificamente ao estudo de um ou outro profissional.

Com a abertura de discussões ambientais na cidade, o presidente da OAB capelinhense acredita que é chegado o momento do enfrentamento direto da questão polêmica.
Meio ambiente e monocultura do eucalipto
Para ele o principal problema que atinge o meio ambiente e que o degrada consideravelmente é a monocultura do eucalipto. Por causa disso ele anuncia a entrada de uma Ação Civil Pública na Justiça para "recuperar os danos sofridos por nossas terras".
Durante o evento, na palestra do especialista Geraldo Abreu, ele não só anunciou a providência, como explicou os motivos:
"A monocultura do eucalipto altera o patrimônio genético, a diversidade da fauna e a vegetação nativa de muitas áreas, tira empregos e traz poucas oportunidades de trabalho para os moradores da região".

Afirmou a DeFato que o valor da causa deve ser de R$ 100 milhões para indenização à região e complementou:
"É preciso que tenhamos coragem para enfrentarmos o problema, não podemos deixar que esse crime continue nos afligindo", declarou de bom tom.

As suas palavras foram ouvidas por representantes locais da ArcelorMittal que participaram do encontro capelinhense.
Fonte: DefatoOnline e Blog Itamigos.

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