13º Romaria das Águas e da Terra denuncia opressão dos trabalhadores
Por André Luiz de Sá
A cidade de Itinga, localizada no médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas, a cerca de 653 km de Belo Horizonte, esteve em festa: acolheu a 13ª Romaria das águas e da terra. O evento foi organizado pela Diocese de Araçuaí, Paróquia Santo Antônio de Itinga, Cáritas Diocesana de Araçuaí, Comissão Pastoral da Terra e Pastoral dos Migrantes.
As romarias das águas e da terra, que acontecem por todo o Brasil, são manifestações religiosas em que fé e vida se mesclam e os clamores dos povos do campo e da cidade se fazem ouvir. O Vale do Jequitinhonha, uma das regiões do Brasil que mais sofre com o descaso político e onde a voz do seu povo quase nunca tem espaço para se manifestar, encontrou um solo fértil durante a romaria. Grupos quilombolas, indígenas, agricultores familiares, sem terras e uma infinidade de grupos excluídos empunharam suas bandeiras e seus gritos de luta numa manifestação pacífica e cheia de vida. Faixas, cartazes e pessoas de várias cores se encontraram para celebrar a vida e denunciar as injustiças.
A cidade de Itinga, localizada no médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas, a cerca de 653 km de Belo Horizonte, esteve em festa: acolheu a 13ª Romaria das águas e da terra. O evento foi organizado pela Diocese de Araçuaí, Paróquia Santo Antônio de Itinga, Cáritas Diocesana de Araçuaí, Comissão Pastoral da Terra e Pastoral dos Migrantes.
As romarias das águas e da terra, que acontecem por todo o Brasil, são manifestações religiosas em que fé e vida se mesclam e os clamores dos povos do campo e da cidade se fazem ouvir. O Vale do Jequitinhonha, uma das regiões do Brasil que mais sofre com o descaso político e onde a voz do seu povo quase nunca tem espaço para se manifestar, encontrou um solo fértil durante a romaria. Grupos quilombolas, indígenas, agricultores familiares, sem terras e uma infinidade de grupos excluídos empunharam suas bandeiras e seus gritos de luta numa manifestação pacífica e cheia de vida. Faixas, cartazes e pessoas de várias cores se encontraram para celebrar a vida e denunciar as injustiças.
RIQUEZA POPULAR
A romaria do vale foi uma forma de valorizar a rica cultura popular, dos artesãos, da música, da criatividade; valorizar as riquezas do solo fértil que produz frutas de doce sabor; valorizar a riqueza do subsolo com suas pedras preciosas e minérios e, principalmente a riqueza de um povo acolhedor, fraterno e valente, que apesar das adversidades canta a sua dor e acredita no amanhã.
A romaria do vale foi uma forma de valorizar a rica cultura popular, dos artesãos, da música, da criatividade; valorizar as riquezas do solo fértil que produz frutas de doce sabor; valorizar a riqueza do subsolo com suas pedras preciosas e minérios e, principalmente a riqueza de um povo acolhedor, fraterno e valente, que apesar das adversidades canta a sua dor e acredita no amanhã.
A Romaria teve início no dia 25 de Julho com as missões populares. Segundo Pe. Júlio Rocha, coordenador das Pastorais sociais, a visita às comunidades foi importante para sentir as dificuldades e anseios do povo do vale. Durante as visitas foram levantadas as principais demandas e degradações ambientais da região, como a monocultura do eucalipto, a extração excessiva do granito e a preocupação com privatização da água através da construção de grandes barragens. A partir deste levantamento foi redigida uma carta da romaria, que vai ser um ponto de partida para a continuação da luta pela preservação da terra e da água, no vale do Jequitinhonha.
Domingo, dia 02 de Agosto.
Foi o ápice da Romaria. Os romeiros e romeiras vindos de várias paróquias da diocese de Araçuaí e, também, de outras dioceses de Minas Gerais foram acolhidos na entrada da cidade, às margens da BR 367 que corta o Jequitinhonha. De cima de um grande trio elétrico, animado por uma banda que tocava canções religiosas, os romeiros e romeiras das cidades de Jenipapo de Minas, Virgem da Lapa, Araçuaí, Ponto dos Volantes, Medina, Chapada do Norte, Francisco Badaró, Almenara e Jequitinhonha, se fizeram, de alguma forma, presentes no evento.
O Bispo Diocesano, Dom Severino Clasen – OFM deu as boas vindas a todos. A indígena Cleonice Pankararu, convidou a todos para pegar na terra, senti-la e preservá-la. Em seguida os participantes, cerca de 5 mil pessoas, realizaram uma caminhada pelas ruas de Itinga.
O Bispo Diocesano, Dom Severino Clasen – OFM deu as boas vindas a todos. A indígena Cleonice Pankararu, convidou a todos para pegar na terra, senti-la e preservá-la. Em seguida os participantes, cerca de 5 mil pessoas, realizaram uma caminhada pelas ruas de Itinga.
A primeira parada foi ás margens do Rio Jequitinhonha para colocar o símbolo da 13ª Romaria que foi uma cruz. Durante o ato, o sobrevivente do massacre de Felizburgo, Jorge Rodrigues Pereira, testemunhou o ocorrido. Segundo Jorge, a luta pela terra não é aceita no Vale, pois os “grandes” pensam que só eles tem direito a ela. Jorge relatou o massacre ocorrido na Fazenda Alegria, em 2004, onde 5 trabalhadores morreram e mais 13 ficaram feridos, todos os barracos e pertences foram queimados e passados mais de quatro anos, eles ainda continuam a luta. A área não foi desapropriada, nenhuma viúva nem família foram indenizados e os culpados continuam soltos. Cabe agora às autoridades competentes tomarem as providências e publicar o decreto de desapropriação.
DENÚNCIAS
DENÚNCIAS
Em seguida, os romeiros seguiram em procissão realizando a segunda parada no meio da ponte construída sob o Jequitinhonha. Na oportunidade duas canoas: uma subindo o rio e outra descendo, se encontraram próximo à ponte com as imagens de São Francisco e Nossa Senhora da Lapa. Do alto do trio elétrico representantes de movimentos populares relembrava a todos as degradações sofridas pelo Jequitinhonha como a poluição causada pelos agrotóxicos vindo das monoculturas de eucalipto e, também, das mineradoras que reviram seu leito a procura de diamantes e a preocupação com a privatização da água e da construção de grandes barragens.
No meio do Jequitinhonha, em cima do trio elétrico o Bispo Diocesano de Araçuaí, abençoou a água do Jequitinhonha e as mulheres vestidas de branco encheram seus potes para aspergirem os fiéis durante a celebração Eucarística.
No meio do Jequitinhonha, em cima do trio elétrico o Bispo Diocesano de Araçuaí, abençoou a água do Jequitinhonha e as mulheres vestidas de branco encheram seus potes para aspergirem os fiéis durante a celebração Eucarística.
Em seguida, os romeiros e romeiras continuaram a procissão nas ruas de Itinga. A banda de música da cidade, o Trio elétrico e a diversidades dos grupos animavam ainda mais a romaria, chamando a atenção da população da cidade que se aglomerou na porta de suas residências para assistir esta bela manifestação de fé e vida. A caminhada foi encerrada num local próximo ao Ginásio Poliesportivo da cidade, onde está sendo construído um espaço de eventos. No local foi montado um altar para a Celebração Eucarística, presidida pelo Bispo Diocesano Dom Severino Clasen e concelebrada pelo Bispo diocesano de Almenara, Dom Hugo e por diversos Padres da Diocese de Araçuaí e de outras dioceses de Minas.
Durante a celebração, marcada profundamente pelo jeito de ser do povo do Vale, indígenas, afrodescendentes e o povo simples da região dançaram e entoaram seus cantos agradecendo a Deus e pedindo ao Pai para abençoar o Vale do Jequitinhonha e acabar com as grandes injustiças, dando força a seu povo para lutar. Uma dessas injustiças, talvez a maior de todas, foi encenada durante a celebração.
Durante a celebração, marcada profundamente pelo jeito de ser do povo do Vale, indígenas, afrodescendentes e o povo simples da região dançaram e entoaram seus cantos agradecendo a Deus e pedindo ao Pai para abençoar o Vale do Jequitinhonha e acabar com as grandes injustiças, dando força a seu povo para lutar. Uma dessas injustiças, talvez a maior de todas, foi encenada durante a celebração.
CORTE DE CANA E DE VIDAS
Um cortador de cana de açúcar mostrou como é duro a lida nos canaviais, a quantidade de cortes, o podão e o esforço feito no trabalho. Trabalho este que ceifa muitas vidas, uma delas foi a do marido de dona Eliana Neres, morto num desses canaviais. A sina ainda continua pois dona Eliana ainda sofre com a migração agora realizada pelos seus filhos. O sonho dela é que o vale possa produzir vagas no mercado de trabalho para que os seus filhos não tenham que ir mais para São Paulo ganhar a vida.
A 13ª Romaria da Terra e das Águas foi encerrada por volta das 16:00 horas com apresentações culturais.
Fonte: www.diocesedearacuai.com.br
Um cortador de cana de açúcar mostrou como é duro a lida nos canaviais, a quantidade de cortes, o podão e o esforço feito no trabalho. Trabalho este que ceifa muitas vidas, uma delas foi a do marido de dona Eliana Neres, morto num desses canaviais. A sina ainda continua pois dona Eliana ainda sofre com a migração agora realizada pelos seus filhos. O sonho dela é que o vale possa produzir vagas no mercado de trabalho para que os seus filhos não tenham que ir mais para São Paulo ganhar a vida.
A 13ª Romaria da Terra e das Águas foi encerrada por volta das 16:00 horas com apresentações culturais.
Fonte: www.diocesedearacuai.com.br
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