domingo, 30 de agosto de 2009

Presos se ocupam em produção artesanal e prestação de serviços
Araçuaí - Vale do Jequitinhonha
Os presos do Presídio Doutor Carlos Vitoriano, em Araçuaí, no nordeste de Minas, têm ocupado seu tempo de forma produtiva. Eles se envolvem em atividades de artesanato e na pestação de serviços.
Um curso ministrado pelo SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais e a Secretaria de Estado da Defesa Social, no período de 17 a 20 de agosto, levou 12 detentos em regime fechado a confeccionar chapéus, vasos para flores, jogos americanos, porta-retratos e abajours. Eles utilizam fibras de bananeira e de taboa como matéria-prima.
O grupo descobriu o potencial dessas duas plantas para o artesanato depois de frequentar o Curso de Artesanato de Fibras Naturais.
Qualificação e ressocialização
De acordo com o diretor-geral do presídio, Valdeci Ribeiro da Silva, o objetivo é oferecer ao preso uma qualificação que possa ajudá-lo em seu processo de ressocialização.
A intenção é fazer uma exposição itinerante para expor os produtos na Prefeitura, Fórum e na Superintendência Regional de Ensino da cidade.
As cadeiras serão destinadas ao uso na própria unidade, substituindo as antigas.“Primeiramente, os produtos serão apenas expostos ao público, como uma espécie de degustação. A partir do resultado é que pensaremos numa produção destinada à venda,” explica Valdeci.
Com duração de 40 horas, o curso foi ministrado pelo instrutor João Batista de Souza Porto, do Senar, em um espaço próximo à plantação de hortaliças do presídio. Ali, os detentos aprendem a fazer vários tipos de artesanato usando as folhas da taboa e da bananeira. Eles tecem as fibras utilizando técnicas de trançagem e de “tecido xadrez”. Fazem também acentos e encostos para cadeiras.
A taboa (Typha domingensis) é uma planta hidrófita (aquática) típica de brejos, manguezais, várzeas e demais espelhos d' água. Mede cerca de dois metros e, na época de reprodução, apresenta espigas na cor café contendo milhões de sementes que se espalham pelo vento. Sua fibra é durável, resistente e pode ser usada como matéria-prima para papel, cartões, pastas, envelopes, cestas, bolsas e outros itens de artesanato.
Outras atividades
Dentro do PDCV também são desenvolvidos pelos detentos outros tipos de trabalhos, como os artesanatos em crochê que dão formas a bolsas, toalhas, bonés e chapéus ou como as tarrafas, espécie de rede para pesca. A arrecadação com a venda dos objetos é repassada às famílias dos detentos.
Além da atividade artesanal, os presos cuidam do cultivo da horta, onde plantam salsinha, cebolinha, coentro, alface, mostarda, rúcula, couve e pimentão.
Esses alimentos são doados para projetos de ações sociais do Vale do Jequitinhonha, Hospital São Vicente de Paula e vendidos para os próprios servidores do presídio e supermercados da região.
Serviços
A faxina do presídio também é feita com a ajuda dos detentos, que trabalham também na lavanderia da unidade.
Todas as atividades exercidas pelos presos, dentro ou fora da unidade – há um grupo que trabalha na limpeza geral do Hospital São Vicente de Paula e também na sede local da Copasa - contribuem para a remissão da pena, ou seja, para cada três dias trabalhados, é contabilizado um a menos de detenção.
As parcerias estabelecidas permitem que, por ano, quatro cursos profissionalizantes sejam oferecidos aos detentos que cumprem pena no Presídio, incluindo o de Olericultura Básica e dois de Artesanato (pinturas em tecidos).
O bom comportamento serve como critério de avaliação para a participação de cada interno.
Fonte: Com informações do site farolcomunitario

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