Bloco apresentou um repertório variado, levantando os foliões nesta terça-feira
PUBLICADO EM 28/02/17 - 19h48, no jornal OTEMPO
Se fosse para colocar toda a multidão que acompanhou o Monobloco pelo entorno do Mineirão, na Pampulha, dentro do estádio não iria caber nem metade. Mais de 100 mil pessoas foram ver a banda carioca tocar pela primeira vez em BH.
Com o show deles fechando a terça-feira de Carnaval, ficou mais do que claro que a capital mineira não só carnavalizou, como profissionalizou a folia. Patrocinada por empresas privadas e com apoio da prefeitura, o Monobloco trouxe para cá o gosto de ter uma festa com trio de verdade com banda consagrada, cantora baiana - Emanuelle Araújo era a rainha de bateria, pois sim, o bloco tinha uma rainha! - e só gente profissional no negócio, inclusive o pessoal que segurava a corda, homens fortes de colete fluorescente.
Mas ainda assim o bloco teve dificuldade de andar, muito por causa dos ambulantes que não davam passagem. "No Rio já temos tradição de festa, os ambulantes sabem que tem que ficar de lado, aí o povo anda", disse um rapaz da produção, que até deu uma "bronquinha" no pessoal da Belotur por que o trio não conseguia sair do lugar... e sobrou pro presidente da Belotur, Aluizer Malab, tentar empurrar a corda, ainda no início do bloco.
O bloco trouxe um repertório diferente, além do axé cantado pela Emanuelle, teve forró, samba, samba-rock, pop-rock, reggae entre outros tocados por uma bateria sincronizada à frente do trio. O pessoal ensaiou oito meses, todas as semanas. Eram 50 batuqueiros de BH e outros 30 vieram de São Paulo e Rio de Janeiro. E na falta das dançarinas - ala comuns nos blocos de BH -, a bateria de Monobloco arriscava algumas coreografias.
"Quem viu esse show ficou com uma certeza: ano que vem vai ser maior! Se vão ter outras bandas famosas por aqui, não sei, mas vai ter Monobloco seguramente", já adiantou o presidente da Belotur. "Esse foi o melhor Carnaval da cidade. Depois vamos fazer um "onde erramos" pra melhorar, numa festa dessa dimensão não tem como ser perfeito, mas foi maravilhoso", defendeu Malab.
Mas se depender de Emanuelle ela também estará de volta: "Estou apaixonada pelo carnaval de BH gente, essa energia daqui é linda, olha lá (apontava pra galera, que respondia na hora com gritos".
O cantor Pedro Luis já convidou quem quiser tocar na bateria para começar a ensaiar para o ano que vem. "É uma satisfação tocar aqui", disse ele. Mas o bloco não deixou de lembrar no início da "rapaziada" que faz esse Carnaval na luta há sete anos, pois só por causa deles que agora o Monobloco toca aqui numa das festas mais bonitas do país.
E o povo cantou, gritou, levantou os braços durante as três horas de show da banda. "Que isso BH", dizia Pedro Luiz, de óculos de sol de cima do trio... parece que nem quando anoiteceu atrapalhou dele ver a agitação do público, que tava bonita demais.
A multidão respondia a todos os comandos do bloco, gritaram "vacilão" em coro quando um folião resolveu brigar e foram à loucura quando tocou a musica da banda mineira Jota Quest. "O amor é o calor que aquece a alma", esbravejam como se o mundo fosse acabar nessa terça-feira. Mas é a folia que tava acabando e já deixando saudade...
Emanuelle Araújo tratou logo de dar o recado: "Existe uma tradição que quem beija na boca na terça de carnaval passa o ano beijando"... beijando eu não sei, mas energizado, contagiado e transbordando de folia com certeza. "Não deixe o samba morrer", poderia, então, ter sido cantada assim: "não deixa esse Carnaval morrer BH"!
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